30 maio 2009

O Espiritismo e a questão vegetariana

A vaca é sagrada na Índia
A questão da alimentação sempre foi motivo de discussão. A abstenção desse ou daquele alimento sempre foi discutida e recomendada, e teve variadas finalidades de acordo com o povo, a época, a cultura e a região.

Conhecedor de tal realidade, Kardec perguntou aos Espíritos:

"A abstenção de certos alimentos, prescrita entre diversos povos, funda-se na razão?"

“Tudo aquilo de que o homem se possa alimentar, sem prejuízo para a sua saúde, é permitido. Mas os legisladores puderam interditar alguns alimentos com uma finalidade útil. E para dar maior crédito às suas leis apresentaram-nas como provindas de Deus”. (O Livro dos Espíritos, questão nº721 )

Hoje, no meio espírita, tem crescido a idéia da carne como sendo um alimento impuro, que poderia interferir inclusive no potencial mediúnico dos médiuns e até no destino espiritual das criaturas. Um dos responsáveis por tais idéias: o polêmico espírito Ramatis.

O livro "Fisiologia da Alma", psicografado pelo espiritualista e vegetariano radical Hercílio Maes, aborda o vegetarianismo muito mais em consonância ao pensamento hinduísta, radicalizando a questão e abordando-o sob um suposto prisma "espiritual". Daí, foi um pulo para que certos "espíritas", na verdade simpatizantes de Ramatis, passassem a dizer que não se podia ser verdadeiro espírita aquele que consumisse carne. O radicalismo de Ramatis no citado livro é tanto que, recentemente, um dos seus médiuns chegou a escrever em seu site: "Não acredito em vegetarianismo radical e não sou vegetariano", comentando sobre algumas idéias polêmicas contidas nos livros de seu antecessor, o paranaense Hercílio Maes.

A postura de gigantes no entendimento doutrinário em relação ao modismo vegetariano foi firme. A difusão no movimento espírita da “idéia” de que comer carne vermelha é proibido aos médiuns foi tida por Herculano Pires como típica do “misticismo igrejeiro”, ou resultante da contaminação por idéias do orientalismo mágico, constituindo-se, assim, em um flagrante engano, do ponto de vista científico-doutrinário.

Observemos que o tema não escapou a Kardec e aos Espíritos Superiores:

"A alimentação animal, para o homem, é contrária à lei natural?"

“Na vossa constituição física, a carne nutre a carne, pois do contrário o homem perece. A lei de conservação impõe ao homem o dever de conservar as suas energias e a sua saúde para poder cumprir a lei do trabalho. Ele deve alimentar-se, portanto, segundo o exige a sua organização”. (Em "O Livro dos Espíritos, questão 722)

"A abstenção de alimentos animais ou outros, como expiação é meritória?"

“Sim, se o homem se priva em favor dos outros, pois Deus não pode ver mortificação quando não há privação séria e útil. Eis porque dizemos que os que só se privam em aparência são hipócritas”.(Ver item 720.) (O Livro dos Espíritos, questão nº724)

"As privações voluntárias, com vistas a uma expiação igualmente voluntária, têm algum mérito aos olhos de Deus?"

“Fazei o bem aos outros e tereis maior mérito”. (idem, questão nº 720)

Referindo-se justamente às crenças hinduístas, em que até mesmo animais perigosos à saúde humana, como baratas e ratos, não podem ser mortos, Kardec indagou:

"Os povos que levam ao excesso o escrúpulo no tocante à destruição dos animais têm mérito especial?"

“É um excesso, num sentimento que em si mesmo é louvável, mas que se torna abusivo e cujo mérito acaba neutralizado por abusos de toda espécie. Eles têm mais temor supersticioso do que verdadeira bondade”.(grifo nosso) (O Livro dos Espíritos, questão nº 736)

Vejamos ainda o que consta de "O Evangelho Segundo o Espiritismo":

"... Amai, pois, a vossa alma, mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades que lhe são peculiares por força da própria natureza, é desconhecer as leis de Deus. Não o castigueis pelas faltas que o vosso livre arbítrio o fez cometer, e pelas quais ele é tão responsável como o cavalo mal dirigido o é, pelos acidentes que causa. Sereis por acaso mais perfeitos, se, martirizando o corpo, não vos tornardes menos egoístas, menos orgulhosos e mais caridosos? Não, a perfeição não está nisso, mas inteiramente nas reformas a que submeterdes o vosso Espírito. Dobrai-o, subjugai-o, humilhai-o, mortificai-o: é esse o meio de o tornar mais dócil à vontade de Deus, e o único que conduz à perfeição."

Tal ensino está em perfeita conformidade com o do Cristo, exarado nas seguintes passagens:

"E chamando a si as turbas, lhes disse: Ouvi e entendei. Não é o que entra pela boca o que faz imundo o homem, mas o que sai da boca, isso é o que faz imundo o homem”. (Mateus, XV:11).

"E respondendo Pedro, lhe disse: Explica-nos essa parábola. E respondeu Jesus: Também vós outros estais ainda sem inteligência? Não compreendeis que tudo o que entra pela boca desce ao ventre, e se lança depois num lugar escuso? Mas as coisas que saem da boca vêm do coração, e estas são as que fazem o homem imundo; porque do coração é que saem os maus pensamentos, os homicídios, os adultérios, as fornicações, os furtos, os falsos testemunhos, as blasfêmias. Estas coisas são as que fazem imundo o homem. O comer, porém, com as mãos por lavar, isso não faz imundo o homem. (Mateus, XV: 16-20).

O comentário ao ensinamento de Jesus, contido n'O Evangelho Segundo o Espiritismo, é incisivo:

"...Como era mais fácil observar a prática dos atos exteriores, do que se reformar moralmente, de lavar as mãos do que limpar o coração, os homens se iludiam a si mesmos, acreditando-se quites com a justiça de Deus, porque se habituavam a essas práticas e continuavam como eram, sem se modificarem."

O respeitado médium José Raul Teixeira, certa feita, comentou a respeito, no que tange à relação entre consumo de carne e prática mediúnica:

Pergunta: "A alimentação vegetariana será mais aconselhável para os médiuns em geral?"

Raul Teixeira: "A questão da dieta alimentar é fundamentalmente de foro íntimo ou acatará a alguma necessidade de saúde, devidamente prescrita.
Afora isto, para o médium verdadeiro não há a chamada alimentação ideal, embora recomende o bom senso que se utilize uma alimentação que lhe não sobrecarregue o organismo, principalmente nos dias de reunião mediúnica, a fim de que não seja perturbado por qualquer processo de conturbada digestão que, com certeza, lhe traria diversos inconvenientes. A alimentação não define, por si só, o potencial mediúnico dos médiuns que deverão dar muito maior validade à sua vida moral do que à comida obviamente. Algumas pessoas recomendam que não se comam carnes, nos dias de tarefa mediúnica, enquanto outras recomendam que não se deve tomar café ou chocolate, alegando problemas das toxinas, da cafeína, etc., esquecendo-se que deveremos manter uma alimentação mais frugal, a partir do período em que já não tenha tempo o organismo para uma digestão eficiente. É mais compreensível, e me parece mais lógico, que a pessoa coma no almoço o seu bife, se for o caso, ou tome seu cafezinho pela manhã, do que passar todo o dia atormentada pela vontade desses alimentos, sem conseguir retirar da cabeça o seu uso, deixando de concentrar-se na tarefa, em razão da ansiedade para chegar em casa, após a reunião, e comer ou beber aquilo de que tem vontade. Por outro lado, a resposta dos espíritos à questão 723 de O Livro dos Espíritos é bastante nítida a esse respeito, deixando o espírita bem à vontade para a necessária compreensão, até porque a alimentação vegetariana não indica nada sobre o caráter do vegetariano. Lembremo-nos que o “médium” Hitler era vegetariano e que o médium Francisco Cândido Xavier se alimenta com carne”. (em "Diretrizes de Segurança")

Para os hinduístas, assim como para Ramatis, espírito que ainda traz impregnado certos atavios religiosos e culturais, dos quais não conseguiu despir-se, o ato de fazer abstinências, mortificações ou de cumprir rituais é mais fácil do que perdoar, vencer o orgulho, o ódio e o egoísmo. Muito fácil realmente, para os hipócritas, apegarem-se a fórmulas simplistas e idéias de ordenanças sagradas, pois lhes dão uma ilusória sensação de pureza.

Preocupado com o radicalismo da argumentação ramatisiana, o médium Wagner Borges, que afirma psicografar o citado espírito oriental, arrumou a seguinte justificativa, contida em seu livro "Viagem Espiritual":

"O conteúdo das idéias expostas no livro "Fisiologia da Alma" é de sua autoria, mas o radicalismo das opiniões é de Hercílio Maes, que era fanático por vegetarianismo (...)"

De qualquer forma, falta ao movimento ramatisista reconhecer tal interferência anímica e providenciar uma completa correção nos livros de Ramatis, não é mesmo?

Herculano Pires também comentou acerca da alimentação carnívora x vegetariana:

"Muitos espíritas se surpreendem ao saber que o Livro dos Espíritos não condena a alimentação carnívora e se deslumbram com livros onde ela é condenada. O exemplo da Índia seria suficiente para mostrar-lhes a razão da posição doutrinária. A subnutrição das populações indianas decorre em grande parte da zoolatria, da adoração de animais sagrados. O Espiritismo evita sacrificar o homem ao animal e ao mesmo tempo desviar os que o aceitam de um plano escorregadio de superstições. Nada é mais contrário ao racionalismo da doutrina e mais prejudicial à exata compreensão dos seus princípios do que o sentimentalismo extremado. O sacrifício brutal e brutalizante de animais em nosso mundo é realmente repulsivo. Mas estamos num mundo inferior em que as suas próprias condições naturais levam a isso”. (Mediunidade – Herculano Pires – Edicel – 4ª edição – pág. 100)

Assim sendo, para finalizarmos, pensamos que cada um tem o direito de seguir a dieta que bem entender, sem a pretensão de impor suas preferências às outras pessoas, sob qualquer pretexto. Todos somos do ponto-de-vista que os excessos são prejudiciais, e não é isso que está em questão. Alimentar-se com parcimônia é saudável e constitui-se em prática ideal para todo aquele que deseja ter saúde.

26 maio 2009

Espiritismo, Astrologia e Ramatis

Os astros e o zodíaco
Antes do surgimento dos livros do espírito Ramatis, através do médium Hercílio Maes, poucos eram aqueles que se aventuravam em traçar algum paralelo entre Espiritismo e Astrologia. Não por acaso. Na Codificação Espírita, mais especialmente em "O Livro dos Espíritos" e "A Gênese", os Espíritos Superiores deixaram bem claro que os astros em nada influenciam nossa personalidade ou comportamento, que decorrem sempre do livro-arbítrio e do grau evolutivo alcançado por cada um.

Mas como a "tarefa" dos espíritos pseudo-sábios em nosso meio é o de provocar a confusão e a cizânia nas fileiras doutrinárias, logo estaria certo número de desavisados tomados pela dúvida: o Espiritismo tem algo a ver com a Astrologia e vice-versa?

A resposta para tal questionamento não é difícil de encontrar. Vejamos.

O confrade Richard Simonetti foi recentemente indagado sobre a questão e de maneira muito sucinta e apropriada respondeu:

01 – Os astros governam nossa vida?

Resposta: Apenas no imaginário popular, sempre propenso a aceitar fantasias sobre os mistérios do destino humano. Há pessoas especializadas em ler o nosso futuro na borra do café. Ninguém perde dinheiro apostando na ingenuidade humana.

02 – Mas a Astrologia é milenarmente cultivada, situada como uma complexa ciência…

R. Para os sonhadores… Astronomia, esta sim, uma ciência, demonstra que os movimentos dos astros não guardam a mínima relação com o destino das pessoas.

03 – O fato de nascermos sob determinado signo, uma conjunção de astros no céu, no dia de nosso nascimento, não influi, de certa forma, em nossa personalidade, em nossa maneira de ser?

R. Nossa personalidade é fruto de experiências pretéritas, em vidas anteriores. Admitir que o indivíduo possa ser manso ou um troglodita, ter ouvido afinado ou não saber distinguir um fá de um dó, ter vocação para o estudo ou odiar livros, por influência astrológica é algo tão extravagante quanto a doutrina das graças, segundo a qual Deus teria seus escolhidos para a salvação. E a justiça, onde fica?

04 – Como explicar o fato de que os horóscopos definem o perfil psicológico da pessoa, de conformidade com seu signo?

R. O perfil psicológico no horóscopo é feito de generalidades. As pessoas sempre se encaixam em algumas características apresentadas. Se consultarmos os doze signos do zodíaco verificaremos que em todos há algo de nossa personalidade.

05 – E quanto ao dia-a-dia? Há pessoas que lêem diariamente seu horóscopo com boa margem de acertos.

R. Também é feito de generalidades. Algo como dar tiros no escuro. Alguns atingirão o alvo. Considere, ainda, que sob influência do horóscopo as pessoas criam condicionamentos. Digamos que eu leia que o dia não me será favorável; terei dissabores e contrariedades. Admitindo essa idéia assumirei uma postura negativa que me levará a ver dissabores e contrariedades nas rotinas diárias e até contribuir para que aconteçam.

06 – E poderia ser o contrário?

R. Exatamente. Se eu me convenço, porque li no horóscopo, de que meu dia será maravilhoso, assim tenderá, porquanto estarei estimulado a cultivar o bom humor, convicto de que tudo correrá bem.

07 – Seria tudo condicionado ao poder de nossa mente?

R. Isso é elementar. Por isso a recomendação basilar do oráculo de delfos, não é: “homem, conhece a astrologia”. Recomenda “homem, conhece-te a ti mesmo”. Na medida em que nos aprofundarmos nesse imenso universo que é a nossa alma, decifraremos com muito mais propriedade o nosso destino.

08 – E a opinião do Espiritismo?

R. No livro A Gênese, capítulo 7, Allan Kardec destaca a impropriedade da Astrologia, abordando fatos científicos. A pá de cal sobre o assunto está na questão 867, de O Livro dos Espíritos. Pergunta o codificador: Donde vem a expressão: Nascer sob uma boa estrela? Respondem os espíritos mentores, incisivamente: Antiga superstição, que prendia às estrelas os destinos dos homens. Alegoria que algumas pessoas fazem a tolice de tomar ao pé da letra.

Procurarei ser tão sucinto e objetivo quanto o confrade Simonetti. Diria, com base no Espiritismo e na Ciência Oficial, que a astrologia não é uma ciência e que, assim como a astronomia, ela floresceu na Antiguidade, muito antes da formulação da teoria gravitacional e da teoria eletromagnética e do conhecimento de que todos os astros são compostos da mesma matéria existente aqui na Terra. Não existe matéria "celeste", como acreditava Aristóteles (384-322 a.C.). Mas ao contrário da Astronomia, ela não incorpora as teorias científicas e assume que a Terra está no centro do Universo, rodeada pelo Zodíaco, e a definição dos signos ignora a precessão do eixo de rotação da Terra, ou "dos equinócios", movimento muito bem lembrado por Kardec em "A Gênese".

Do ponto-de-vista moral, acreditar que nossa personalidade é moldada e nosso destino traçado conforme a posição dos astros no momento do nosso nascimento é retirar do homem o livre-arbítrio e reduzi-lo à máquina. Se essa crença supersticiosa fosse levada à sério por todos, logo muitos criminosos justificariam sua más ações usando o argumento de que são maus porque os astros assim o quiseram. Uma maldição, causada por uma desagradável coincidência: a de nascer sob influências negativas, causadas por conjunções astrais desfavoráveis.

Ramatis, contrariamente à Ciência Oficial e ao Espiritismo, tenta "ensinar" diferente: chega a afirmar que Jesus teve que esperar uma conjunção astrológica favorável sob o signo de Peixes para vir à Terra. Para tal, teria esperado 1.000 anos... Necessito dizer (ou escrever) mais alguma coisa, prezado leitor?

19 maio 2009

Ramatis é espírita?

Fachada da Sociedade 'Espírita' Ramatis, no Rio de Janeiro
Um dos argumentos mais utilizados por muitos seguidores de Ramatis é que ele não seria espírita e, por isso, não poderíamos analisar seus ditados pelo prisma do Espiritismo. Este é um argumento um tanto fraco e, até mesmo, com o perdão da palavra, falacioso.

Já de início há uma grande contradição, uma vez que a maioria dos centros que disseminam as idéias ramatisistas ostestam o nome "espírita" na fachada. Além disso, o mesmo acontece na ficha catalográfica dos livros do médium Hercílio Maes.

Ramatis, efetivamente, dentro de sua proposta de propagação do sincretismo em nosso meio, não se intitula "espírita". Mas, evidentemente, ele não o faria, porque isso colide com seu próprio esforço de misturar tudo com Espiritismo, atacando-lhe a unidade, algo que os Espíritos superiores sempre estimularam Allan Kardec a lutar para que se mantivesse.

Sob a fachada de "universalismo", tudo querem ultimamente agregar ao Espiritismo como se fosse a Doutrina algo vago, sem uma proposta, sem um corpo muito bem definido de princípios e postulados. O argumento é que a Doutrina é progressista e aceita novas idéias. No entanto, que idéias novas são essas que vão beber em doutrinas da Antiguidade? Que modernidade é essa que empesteia os Centros de crendices, superstições, rituais e misticismo alienante, desfigurando o atualíssimo pensamento kardeciano?

Que Ramatis não é espírita nós bem o sabemos, mas por que então insistem os ramatisistas em se intitularem como tal, se a todo momento afirmam que a Doutrina está ultrapassada? Alegam termos avançado do século XIX para cá, mas insistem em agregar pensamentos e teorias que datam de mais de 3.000 anos! Com certeza, isso não faz o menor sentido.

Portanto, vai aí o pedido: se querem os simpatizantes de Ramatis ser coerentes com o que professam, não há porque se dizerem espíritas. O que prega Ramatis é inconciliável com o Espiritismo, como muitos antes de nós já puderam verificar. Assim sendo, têm todo o direito de professar a religião ou de seguirem quem quer que seja, mas não se digam espíritas, porque não o são. São "espiritualistas", e nada há de errado em o serem.

18 maio 2009

Onde está o Planeta Chupão de Ramatis?


Como já pudemos expor anteriormente, Ramatis, através de inúmeras obras psicografadas por diferentes médiuns, afirmou que o eixo da Terra se verticalizaria até o ano 2000 em função da aproximação de um planeta. Tal previsão evidentemente não se cumpriu, porém uma pergunta não quer calar: onde estaria esse planeta? Estamos no ano 2009 e nenhum sinal do mesmo.

Estudando o pensamento dos espíritos orgulhosos e que ostentam um falso saber, verificamos que estes, sabendo que a grande maioria das pessoas jamais olharam através de um telescópio e não possuem a minima noção de como é o nosso sistema solar, exploram tal situação para imporem idéias fantasiosas e sem qualquer conteúdo. No caso do espírito Ramatis, assim como de seus seguidores, jamais foi apresentada uma foto sequer ou mesmo qualquer prova científica da existência do referido planeta. Se o planeta fosse do tamanho de Júpiter, o maior planeta de nosso sistema, ou mesmo se fosse tão pequeno quanto o planetóide Plutão, seria visto facilmente pelo telescópio espacial Hubble e até mesmo por telescópios terrestres, como demonstra a foto acima.

A foto, no entanto, jamais apareceu. Não existe prova alguma de sua existência e, além disso, confesso que realmente apreciaria dar uma olhada nos cálculos que mostram com exatidão a aproximação do referido astro com a Terra.

Infelizmente, contudo, ao invés de adotarem a postura de crer com base em fatos positivos, preferem muitos a postura de crer primeiro para então esperar pelas provas, o que é uma escolha que, definitivamente, não diferencia muitos "espiritualistas" dos mais emperdenidos dogmáticos religiosos do passado e do presente.

Agora unidos à outra seita new age, liderada pelos simpatizantes de uma entidade espiritual apelidada de "Comandante Estelar Ashtar Sheran", muito parecida com personagens de ficção científica ou de algum desenho animado, os seguidores de Ramatis apostam no ano 2012 como sendo o ano em que o tal planeta fará seus estragos. Muitos chegam a apostar que seria a oportunidade de seres extraterrenos virem à Terra e apresentarem-se como uma espécie de "salvadores", incluindo o tal "Comandante Sheran"...

De qualquer forma, prefiro "Jornada das Estrelas".

Confira o prezado leitor indícios dessa "união" entre ramatisistas com o pensamento de Ashtar Sheran no link abaixo:

Ashtar Sheran e Ramatis

Já a posição espírita encontra-se consagrada nas palavras do Espírito da Verdade em diálogo com Allan Kardec ocorrido em 12 de maio de 1856 ("Obras Póstumas" - Segunda Parte):

"Sem dúvida, não tendes que temer nem um dilúvio, nem o abrasamento do vosso planeta, nem outros fatos desse gênero, porquanto não se pode denominar cataclismos a perturbações locais que se têm produzido em todas as épocas. Apenas haverá um cataclismo de natureza moral, de que os homens serão os instrumentos.”