Vem dos idos de 1950 a tentativa de tornar o movimento espírita um disseminador de previsões catastrofistas de "fim dos tempos". Para muitos que ainda não haviam estudado e aprofundado conhecimentos da Codificação Espírita, as previsões atribuídas aos Espíritos, alguns deles tidos como superiores apenas pelo fato de serem espíritos ou terem sido apresentados como tal, representavam a confirmação das profecias de João, o Evangelista, contidas na Bíblia, ou ainda das previsões de Nostradamus, Edgar Cayce, entre outros.
Embalados pelo livro "Mensagens do Astral" de Hercílio Maes/Ramatis (1956), passou-se a divulgar que o fim dos tempos estava próximo devido à suposta aproximação de um enorme astro que provocaria a elevação abrupta do eixo terrestre, causando destruição por toda parte e ceifando a vida de 2/3 dos habitantes do planeta até o ano de 1999. Muitos indivíduos e instituições, espíritas ou não, compraram a ideia. Um dos primeiros foi Alziro Zarur, fundador da LBV (Legião da Boa-Vontade), que através de seus programas radiofônicos diários anunciava que deveriam todos se acautelar, pois de 1000 havia passado, mas de 2000 não passaria. Outro que, desta feita em nome do Espiritismo, passou a divulgar as catástrofes vindouras foi Edgard Armond, que, conforme já estudamos no artigo "Universalismo e Movimentos Cismáticos", admirava e acreditava nos escritos atribuídos ao espírito Ramatis.
No entanto, os anos de 1999 e 2000 se passaram e nada de extraordinário aconteceu. Terremotos, erupções vulcãnicas, maremotos, enfim, toda uma série de eventos ocorreram como desde sempre se deram na face do planeta, sem que 1% do que fora previsto por Ramatis tivesse ocorrido.
Porém, como é típico dos que não querem, por orgulho ou vaidade, dar o braço a torcer, ou mesmo porque não querem abjurar de suas ideias fantasiosas para encarar a realidade, vieram as justificativas e a tentativas de encontrar novas datas para a ocorrência dos desastres, julgados capazes de tornar o mundo melhor pela "expulsão" dos "maus" para que o "bons", finalmente, predominem na Terra.
Nada disso, contudo, é novidade e muito menos tem algo a ver com o Espiritismo.
Às vésperas do ano 1000, por exemplo, teóricos do apocalipse já previam a hecatombe, mas, como nada aconteceu, a data "certa" passou a ser 1033, isto é, 1000 anos após a morte de Cristo. Em 1524, astrólogos previram o início do fim do mundo para 1º de fevereiro com uma inundação em Londres. Como nenhuma gota caiu na cidade naquele dia, a justificativa dada foi que houve um erro de cálculo. O "certo" era 1624. Em 1533, Melchior Hoffmann previu que o mundo seria consumido pelas chamas. Ao final, nada aconteceu, e ele foi preso e morreu na prisão. Poucos anos depois, em 1537, o astrólogo Pierre Turrel afirmou dispor de quatro datas para o fim do mundo: 1537, 1544, 1801 e 1814. Acabou ficando para a história como o que mais datas usou para safar-se do vexame. Cento e onze anos depois, em 1648, o judeu Sabbatai Zevi se auto-intitulou o próprio Messias, que desta feita viria para expulsar os maus da Terra. Como naquele ano nada aconteceu, previu o apocalipse para 1666 e acabou preso. Decepcionado, converteu-se ao Islamismo. Em 1736, o teólogo William Whiston, repetindo o mesmo erro de 1524, anunciou que em 13 de outubro haveria uma gigantesca inundação, fazendo com que o rio Tâmisa lotasse de embarcações em rota de fuga. Como ocorrera em 1524, no dia anunciado da catástrofe sequer choveu. Em 1843, o líder adventista William Miller previu o apocalipse para 3 de abril, depois 7 de julho, depois 21 de março de 1844 e, finalmente, 22 de outubro. Desacreditado, morreu cinco anos depois da última previsão. Em 1881, alguns egiptólogos previram o fim do mundo baseados em alguns escritos encontrados. Refizeram as contas, mudando o ano do fim para 1936. Obrigados pelas circunstâncias, reformularam as previsões, empurrando-as para 1953. No início do século XX, foi a vez dos Testemunhas de Jeová. Foram três os anos previstos para o fim, todos obviamente errados: 1874, 1914 e 1975. Já ao final do século XX, no ano de 1980, um presságio astrológico árabe dizia que o mundo deveria se preparar para uma catástrofe devido a uma conjunção de Júpiter e Saturno em Libra. Chegando em 1999, os crentes nas previsões de Nostradamus davam como certo um cataclismo em 10 de março. Atribuíram o erro ao próprio Nostradamus. Em 2000, teóricos do apocalipse disseram que o juízo final ocorreria 2000 anos depois de Cristo. Como aconteceu no ano 1000, a previsão "pulou" para 2033. E, mais recentemente, como todos sabem, são as profecias maias as utilizadas para novamente espalhar o temor. Caminham com certeza para o fracasso, pois nem mesmo os maias afirmaram que o fim de um de seus três calendários representava o fim do mundo.
Já a visão apocalíptica disseminada no meio espírita (e não amparadas pela Doutrina) tenta ser mais "light" nas previsões, uma vez que não seria o fim do mundo, mas apenas uma sucessão de catástrofes que provocaria uma seleção entre espíritos mais adiantados e mais atrasados. No entanto, apesar da sutil diferença, as previsões não têm se mostrado menos equivocadas. Diversos membros do movimento ramatisista, uma espécie de seita que diz divulgar o Espiritismo, mas que vive batendo na tecla de estar a Codificação ultrapassada, e que se auto-intitulam "universalistas crísticos" ou simplesmente "espíritas universalistas", ainda hoje insistem em disseminar as previsões contidas nos livros de Ramatis. O tema é tratado abertamente em revistas, sites, programas de TV e Congressos do movimento ramatisista, como se as ditas previsões já não estivessem se esboroado. Exatamente como no passado, a tática é encontrar explicações pretensamente racionais ao não cumprimento das profecias e, logicamente, informar novas datas. O primeiro a se arriscar foi o "médium" universalista Roger Bottini, que em seu sítio na internet afirma que está tudo certo para 2036. Vai ter bastante tempo para pensar numa explicação "plausível" para o não cumprimento da previsão...
Na verdade, o que ocorre com os indivíduos que acreditam nessas previsões, sejam elas vindas numa embalagem religiosa ou não, é que esses não desistem de sua crença, mas, ao contrário, mais se aferram a ela. Há um caso clássico relatado no livro "Quando a profecia falha", de Leon Festinger, em que ele e seus colegas se infiltram em uma seita do fim do mundo composta de 15 pessoas. Eles acreditavam que uma mulher recebia mensagens de extraterrestes e que o mundo acabaria, segundo eles, em 21 de dezembro de 1954. Antes da catástrofe, eles seriam resgatados pela nave-mãe e levados para um lugar seguro. Como nada aconteceu, a mulher que se comunicava com os "ETs" disse ter recebido uma nova comunicação, em que o grupo era elogiado por ter espalhado tanta "luz" com suas orações que Deus havia decidido cancelar a destruição do mundo. Haviam, pois, encontrado um meio de acreditar na profecia.
Pode-se perceber também que, direta ou indiretamente, os crentes no "fins dos tempos" colocam-se invariavelmente numa posição de "salvos" e "direitistas do Cristo", enquanto que quem não acredita geralmente é posicionado como herético, descrente e "esquerdista do Cristo". O fim desses últimos deveria ser mesmo morrer, sem dó nem piedade, na visão dos extremistas. Já os primeiros nem cogitam da hipótese de morrer, pois, como são muito "bonzinhos", herdarão a Terra renovada.
Mais recentemente, surgiu a notícia, comentada por mim no artigo "Chico Xavier e as confusões apocalípticas" que o médium Chico Xavier também teria feito uma previsão de grandes acontecimentos para 2019 e que o Brasil será praticamente poupado da hecatombe, já que aqui é o "coração do mundo, pátria do Evangelho"... Só faltou dizer que Deus é brasileiro.
Em meio a tantos absurdos, só nos resta afirmar categoricamente: não há absolutamente nada na Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, que possa servir de embasamento para tais ideias e previsões. O Espiritismo trata da Lei do Progresso, em que os mundos são como escolas e os espíritos pouco a pouco vão se aperfeiçoando em moral e inteligência a fim de ascenderem a outros mundos mais evoluídos. Diz também que, muitas das vezes, conflitos de ideias acabam sendo o móvel necessário para o progresso geral das sociedades humanas, infelizmente descambando, por vezes, em guerras fratricidas.
Allan Kardec, na Revista Espírita de agosto de 1865, ensina: "O Espiritismo tem como objetivo a regeneração da Humanidade: isto é um fato constatado. Ora, não podendo essa regeneração operar-se senão pelo progresso moral, daí resulta que seu objetivo essencial, providencial, é o melhoramento de cada um."
Não será justo que agora, em que mal as ideias espíritas tornam-se conhecidas e a humanidade em geral sinaliza uma mudança para melhor, mesmo que lenta, haverá Deus de destruir o planeta, como um pai que espanca o filho na tentativa de educá-lo de um dia para o outro. A humanidade tem muito a caminhar, sendo que a Natureza não dá saltos. Tudo tem seu tempo: o plantio e a colheita. As previsões do apocalipse geralmente são cridas por quem acha que a colheita possa vir antes da germinação. Definitivamente, não é isso que nos ensinam os Espíritos (verdadeiramente) superiores.
Resgatando a Proposta Espírita: Análise crítica dos ditados do espírito Ramatis e demais questões controversas no Movimento Espírita
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26 março 2012
21 outubro 2008
Catastrofismo aparvalhante: as Previsões Apocalípticas que não se Cumpriram

Vejamos primeiramente a posição do Espiritismo sobre as previsões:
Em "O Livro dos Médiuns"
289. Perguntas sobre o futuro.
7. Os Espíritos podem nos desvendar o futuro?
— Se o homem conhecesse o futuro, negligenciaria o presente. É esse um problema sobre o qual sempre insistis para obter resposta precisa. Trata-se de um grave erro, porque a manifestação dos Espíritos não é meio de adivinhação. Se insistirdes numa resposta ela vos será dada por um Espírito leviano. Temos dito isso a todo instante. (Ver O Livro dos Espíritos, Conhecimento do futuro, nº. 868)
8. Às vezes, entretanto, alguns acontecimentos futuros não são anunciados espontaneamente pelos Espíritos de maneira verídica?
— Pode acontecer que o Espírito preveja coisas que considera conveniente dar a conhecer, ou que tenha por missão revelar-vos. Mas é nesses casos que mais devemos temer os Espíritos mistificadores, que se divertem fazendo predições. É somente pelo conjunto das circunstâncias que podemos julgar o grau de confiança que elas merecem.
10. Com que fim os Espíritos anunciam espontaneamente acontecimentos que não se realizam?
— Na maioria das vezes para se divertirem com a credulidade, com o terror ou a alegria que causam, pois riem do desapontamento. Entretanto, essas predições mentirosas têm às vezes um fim mais sério: o de experimentar as pessoas a que são dirigidas, verificando a maneira porque as recebem, a natureza dos sentimentos bons ou maus que despertam.
11. Por que os Espíritos sérios, quando fazem pressentir um acontecimento, geralmente não marcam a data? Por que não podem ou não querem?
— Por uma e outra razão. Eles podem, em certos casos, fazer pressentir um acontecimento: é então um aviso que vos dão. Quanto a precisar a época, muitas vezes não o devem fazer; muitas vezes também não o podem, porque eles mesmos não sabem. O Espírito pode prever um fato, mas o momento preciso pode depender de acontecimentos que ainda não se deram e só Deus o conhece. Os Espíritos levianos, que não têm escrúpulo de vos enganar, indicam os dias e as horas sem se importarem com a verdade. É por isso que toda predição circunstanciada deve ser considerada suspeita.
Ramatis e o Fim dos Tempos
Coletânea do livro ‘Mensagens do Astral’, de Ramatís.
Esta coletânea reproduz fielmente alguns trechos do livro.
O QUE É E COMO OCORRERÁ O ‘FIM DOS TEMPOS’.
“O ‘fim do mundo’ profetizado refere-se tão somente ao fim da humanidade anticristã; será uma seleção em que se destaquem os da ‘direita’ e os da ‘esquerda’ do Cristo. Trata-se de promoção da Terra e de sua humanidade; lembra um severo exame que, para os alunos relapsos e ociosos, representa terrível calamidade! Mas de modo algum a vossa morada planetária sairá do rodopio em torno do Sol, onde também constitui importante âncora do sistema. Após a operação cósmica, que lhe será de excelente benefício para a estrutura geofísica, deverá possuir maior equilíbrio, melhor circulação vital-energética na distribuição harmônica das correntes magnéticas, além de oferecer um ambiente psíquico já higienizado.” (pg. 22)
“As épocas de ‘juízo final’, têm também por função ajustar a substância planetária para se tornar melhor habitat e, conseqüentemente, requerem seleção de almas com melhor padrão, necessário para as sucessivas reencarnações em moradia aperfeiçoada.” (pg. 41)
“A eclosão desses acontecimentos dar-se-á pela presença de um planeta que se move em direção à Terra e cuja aproximação já foi prevista remotamente pelos Engenheiros Siderais. A sua órbita é oblíqua sobre o eixo imaginário do vosso orbe e o seu conteúdo magnético, poderosíssimo, atuará tão fortemente que obrigará, progressivamente, a elevação do eixo terráqueo.
... a influência magnética deste astro far-se-á sentir até que se complete a verticalização da posição Terra. Quando o eixo terráqueo estiver totalmente verticalizado, o planeta intruso já se terá distanciado do vosso orbe.” (pg. 35 e 36)
O Planeta "Chupão"
Como vimos, segundo Ramatis, se aproximaria do planeta Terra um astro que faria com que nosso planeta tivesse o seu eixo elevado, causando uma série de catástrofes que dizimariam boa parte da população terrestre. Vejamos alguns textos mais de Ramatis para aferição:
“Simbolizai esse astro num gigantesco aspirador magnético que deve efetuar a absorção dos detritos mentais que povoam e obscurecem a atmosfera etéreo-astral da Terra, detritos esses que servem de barreira às influências benéficas dos bons Espíritos sobre o vosso mundo, assim como a poeira nas vidraças dificulta a penetração dos raios solares. Refleti que a verdadeira profilaxia num porão cheio de detritos imundos exige primeiramente a retirada do monturo e não a saturação improdutiva do ambiente por meio de perfume. As substâncias deletérias aderidas às vidraças não serão removidas com água destilada, mas requerem a aplicação de ácidos corrosivos;...” (pg. 185)
O seu papel é o de atrair para o seu bojo etéreo-astral todos os desencarnados que se sintonizem com sua baixa vibração, pois, analogamente às limalhas de ferro quando atraídas por ferro magnético, esses espíritos terrícolas desregrados, ... ver-se-ão solicitados para a aura do orbe visitante. Essas entidades atraídas para o astro intruso serão os egoístas, os malvados, os hipócritas, os cruéis, os desonestos, os orgulhosos, tiranos, déspotas e avaros; ... encontrarão o cenário adequado aos seus despotismos e degradações, pois o habitante desse orbe encontra-se na fase rudimentar do homem das cavernas; mal consegue amarrar pedras com cipó, para fazer machados! A Terra será promovida à função de Escola do Mentalismo e os desregrados, ou os esquerdistas do Cristo, terão que abandoná-la, por lei natural de evolução.” (pg. 169)
EFEITOS FÍSICOS SOBRE A TERRA ATÉ O ANO 2000
“... as principais modificações que sofrerão os oceanos Pacífico e Atlântico, com as emersões da Lemúria e da Atlântida, que formarão então extensa área de terra, do que resultará a existência de apenas três continentes, para melhores condições de existência da humanidade futura.” (pg. 132)
“É óbvio que, ao se elevar o eixo terráqueo, o que há de acontecer até o fim deste século, também se modificarão, aparentemente, os quadros do céu astronômico com que estão acostumadas as nações, os povos e tribos, ...” (pg. 122)
“Com a elevação gradativa do eixo terráqueo, os atuais pólos deverão ficar completamente libertos dos gelos e, até o ano 2000, aquelas regiões estarão recebendo satisfatoriamente o calor solar. O degelo já principiou; vós é que não o tendes notado. ...
O degelo descobrirá à luz do dia as vastas regiões que se encontram refrigeradas e que conservam em seu seio vegetação luxuriante e minerais preciosos, que servirão ao homem do terceiro milênio. Grandes reservas nutritivas, de muito antes da catástrofe da Atlântida, resguardam-se debaixo do gelo, desde quando os pólos não eram ainda regelados e que a Terra se situava noutras condições em relação ao seu eixo imaginário. ” (pg. 228)
Erro crasso
"A fase mais intensa da modificação física situar-se-á entre os anos de 1982 e 1992, e os efeitos se farão sentir até o ano de 1999, pois o advento do Terceiro Milênio será sob os escombros que, em todas as latitudes geográficas, revelarão o maior ou menor efeito dos eventos dos 'fins dos tempos'. Daqui a mais alguns anos, os vossos geofísicos anunciarão, apreensivos, a verdade insofismável: 'O eixo da Terra está se verticalizando'.!!!" (pag.37)
"Mais ou menos entre os anos 1960 e 1962, os cientistas da Terra notarão determinadas alterações em rotas siderais, as quais serão os primeiros sinais exteriores do fenômeno de aproximação do astro intruso e da proximidade do "fim dos tempos". Não será nenhuma certificação visível do aludido astro; apenas a percepção de sinais de ordem conjetural, pois essa manifestação dar-se-á mais para o final do século." (pág. 168)
A GUERRA
“RAMATIS: - Quando se fizer a conjunção dos efeitos do astro intruso com os efeitos da loucura humana, no mau emprego da desintegração atômica, a terra será abrasada.” (pg. 219)
“Até o final deste século, libertar-se-ão da matéria dois terços da humanidade, através de comoções sísmicas, inundações, maremotos, furacões, terremotos, catástrofes, hecatombes, guerras e epidemias estranhas.
O conflito entre o continente asiático e o europeu, já mentalmente delineado entre os homens para a segunda metade do século, com a cogitação do emprego de raios incendiários e da arma atômica, comprovará a profecia de São João, quando vos adverte de que o mundo será destruído pelo fogo e não mais pela água.
Em virtude dos cientistas não poderem prever com absoluto êxito os efeitos de vários tipos de energias destrutivas, que serão experimentadas para serem empregadas na hecatombe final, mesmo no período de Paz e com o mundo exausto, surgirão estranhas epidemias, deformando, diluindo e perturbando os genes formativos de muitas criaturas, do que resultarão sofrimentos para as próprias gestantes!”(pg. 189 e 190).
Por outro lado, a Doutrina Espírita afirma que o mundo não será destruído fisicamente e explica-o claramente:
“Não é racional se suponha que Deus destrua o mundo precisamente quando ele entre no caminho do progresso moral, pela prática dos ensinos evangélicos”. SINAIS PRECURSORES, pág. 394, A Gênese.
Na segunda parte de Obras Póstumas, das previsões concernentes ao Espiritismo, Kardec apresenta mensagens dos Espíritos relativas ao fim do mundo, que assim nos esclarecem:
“Certamente, não tendes a temer nem dilúvio, nem abrasamento de vosso planeta, nem outras coisas desse gênero, porque não se pode dar o nome de cataclismo a perturbações locais que não se produziriam em todas as épocas. Não haverá senão cataclismo moral, de que os homens serão os instrumentos” (Grifo nosso).
Portanto, o planeta não sofrerá a destruição que, de uma hora pra outra, dizimaria toda a humanidade, evento terrível tão ao gosto dos milenaristas e catastróficos de plantão. A Terra sempre passou por modificações físicas, que são Leis Naturais e devemos entender tais leis como processos evolutivos em curso há bilhões de anos.
“Não é, pois, o fim do mundo material que se prepara, mas o fim do mundo moral; é o velho mundo, o mundo dos preconceitos, do egoísmo, do orgulho, e do fanatismo que desaba; cada dia leva-lhes alguns resíduos.(...) O reino do bem deve nela suceder ao reino do mal.”
Ainda em Obras Póstumas, encontramos: “Numa criança que nasça, em lugar de um espírito atrasado e levado ao mal, que nela estaria encarnado, será um espírito mais avançado e levado ao bem”.
Este é, pois, o processo de transformação gradual a que estamos submetidos. Bem ao contrário do que afirma Ramatis, quando diz:
"Realmente, só a modificação draconiana, que se aproxima, verticalizando orbe e humanidade, é que vos poderá erguer e colocar-vos nos caminhos seguros da angelitude!" (in "Mensagens do Astral", pág. 51)
A isso podemos chamar de "pedagogia da violência"...
Em face de tais absurdos, um dos médiuns de Ramatis, Dalton Roque, afirmou que não concorda com previsões catastróficas e não acredita serem de Ramatís.
Vemos, pois, que nem mais os ramatisistas acreditam nas previsões ramatisianas...
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