13 outubro 2012

A Serviço da Desinformação


Em grande parte dos nossos artigos, temos tecido comentários de alerta acerca das confusões fomentadas pelos adversários velados do Espiritismo, sejam eles encarnados ou desencarnados, com o objetivo de jogar a prática espírita na vala comum das concepções fetichistas e da alienação místico-religiosa. Infelizmente, ainda contam poucos os que levam a sério tais advertências, considerando-as exageradas ou mesmo apelando para uma postura dita evangélica, em que procuram enxergar apenas um suposto lado "bom" das coisas, numa tentativa inglória de fecharem os olhos aos absurdos e imposturas que surgem de toda parte, em que se empresta à Doutrina Espírita uma postura que ela, de forma alguma, endossa em suas obras basilares, isto é, as da Codificação. Talvez por isso esses mesmos adversários velados insistam que estejam as obras de Allan Kardec "ultrapassadas", pois não conseguem alicerçar suas teorias e práticas naquilo que verdadeiramente ensina a Doutrina, apelando, assim, para a argumentação de que se faz necessário "inovar", "modernizar", mesmo que para isso se desfigure e contrarie frontalmente os mais básicos e elementares preceitos doutrinários e as mais rudimentares noções científicas, assim como a própria lógica e a razão.

Já tratamos do tema em nosso artigo “Nos Descaminhos da Fascinação”, onde evidenciamos o risco que corre aquele que cegamente aceita tudo que venha dos espíritos ou de indivíduos que se apresentam portadores ou medianeiros de verdades e revelações espirituais, sem o contributo do conhecimento que o Espiritismo proporciona - só verdadeiramente adquirido à custa de muito estudo e humildade,- e da necessidade de uma postura crítica diante de tudo aquilo que deparamos sob o rótulo de "espírita".

A estratégia mais empregada por esses adversários ocultos do Espiritismo tem sido a utilização de escritos psicografados para a mais fácil disseminação de suas excêntricas ideias. Não lhes interessa tanto, como no passado, causar problemas em pequenos núcleos e grupamentos espíritas - o que querem é alcançar o maior número possível de pessoas em um curto espaço de tempo. Como? Nada melhor do que encher as prateleiras das livrarias com seus ditados revestidos de belas palavras, mas que escondem a semente da tentativa de desmoralização do Espiritismo, na medida em que lhe ataca a unidade e a compromete perante a opinião pública. Alguns desses escritos, apressadamente convertidos em livros por editores famintos pelo lucro fácil e rápido, primam pela fantasia, pela linguagem trivial e sem profundidade, amparadas em historietas romanceadas repletas de chavões e ideias rasas, com superficial alusão ao Espiritismo e ao Evangelho para melhor enganar o leitor desavisado. O objetivo é passar a sensação de estarem em conformidade com a Doutrina Espírita e a mais pura moral evangélica. Outras obras, especialmente as publicadas nas décadas de 50 e 60, abordam certos temas sob uma abordagem esotérica e/ou cientificista, bem em moda naqueles tempos, da qual certos autores encarnados se aproveitaram para angariar notoriedade, sendo que muitas vezes, para melhor impressionar, afirmaram advir do mundo espiritual, como exemplificamos no artigo “Artigo Investigativo: Ramatis pode nem existir”.

É por essas e outras que Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, advertiu:

"Nunca será demais toda a circunspecção, quando se trate de publicar semelhantes escritos. As utopias e as excentricidades, que neles por vezes abundam e chocam o bom- senso, produzem lamentável impressão nas pessoas ainda noviças na Doutrina, dando-lhes uma ideia falsa do Espiritismo, sem mesmo se levar em conta que são armas de que se servem seus inimigos, para ridicularizá-lo. Entre tais publicações, algumas há que, sem serem más e sem provirem de uma obsessão, podem considerar-se imprudentes, intempestivas, ou desazadas."

Tempos atrás ficamos surpresos com o caso apresentado pelo programa "Linha Direta", da Rede Globo, que abordou o caso de dois homens encontrados mortos no alto de um morro em minha cidade natal, Niterói-RJ, no ano de 1966. Segundo o programa, esses dois indivíduos teriam morrido em consequência de sua aproximação com o Espiritismo e ao tentarem buscar contato com marcianos. Como o prezado leitor poderá constatar, é relatado que, inicialmente, os dois homens teriam recebido a orientação de um espírita para a feitura de “trabalhos espirituais” realizados com fogos de artifício (!), prática esta que, nem de longe, é endossada ou ensinada pela Doutrina Espírita. Já em relação à questão dos marcianos, a inspiração teria sido o livro “A Vida no Planeta Marte”, de Ramatis, inclusive mostrado na reportagem em sua terceira parte (vide ao fim do artigo). A citada obra é analisada por mim nos artigos “Ramatis e o planeta Marte” e “Férias em Fobos e Deimos”, onde demonstramos suas mais diversas cincadas científicas e doutrinárias, que, infelizmente, não foram percebidas pelos dois homens, que acabaram perecendo de maneira estranha. Fascinados pelas supostas revelações contidas no livro, não hesitaram em subir até o alto do morro em um dia de chuva intensa e sucessivos raios a fim de tentarem contato com supostos ETs, utilizando-se de máscaras de chumbo e consumindo estranhas cápsulas contendo alguma substância que não pôde ser detectada por falha de procedimento do Instituto Médico Legal. Conforme averiguamos, é possível que tenham frequentado ou recebido alguma orientação de um centro espiritualista de origem africanista chamado "Centro Espírita Cabana Pai José", fundado em 1935, e localizado exatamente na rua que dava acesso ao morro e que, coincidentemente ou não, dava espaço ao estudo e divulgação das obras ramatisianas.

No entanto, foram as ideias espíritas injustamente acusadas de terem influenciado a dupla a cometer a insanidade que acabou por lhes tirar a vida, devido à errônea associação que comumente se faz entre os livros e ideias da suposta entidade espiritual Ramatis e o Espiritismo, assim como das práticas fetichistas (conhecidas também como trabalhos espirituais) e a prática espírita que, na verdade, nada tem a ver com elas.

Faz-se necessário, cada dia mais, resgatar o Espiritismo através da divulgação e estudo das obras da Codificação. Enquanto o Movimento Espírita der espaço à publicação de obras mediúnicas de gosto duvidoso, que são confundidas como sendo autenticamente espíritas, teremos confusões como esta que, muitas vezes, levam a autênticas tragédias de amargas consequências, das quais se regojizam seus mal intencionados autores.







26 março 2012

O Espiritismo e os vários "fins do mundo"

Vem dos idos de 1950 a tentativa de tornar o movimento espírita um disseminador de previsões catastrofistas de "fim dos tempos". Para muitos que ainda não haviam estudado e aprofundado conhecimentos da Codificação Espírita, as previsões atribuídas aos Espíritos, alguns deles tidos como superiores apenas pelo fato de serem espíritos ou terem sido apresentados como tal, representavam a confirmação das profecias de João, o Evangelista, contidas na Bíblia, ou ainda das previsões de Nostradamus, Edgar Cayce, entre outros.

Embalados pelo livro "Mensagens do Astral" de Hercílio Maes/Ramatis (1956), passou-se a divulgar que o fim dos tempos estava próximo devido à suposta aproximação de um enorme astro que provocaria a elevação abrupta do eixo terrestre, causando destruição por toda parte e ceifando a vida de 2/3 dos habitantes do planeta até o ano de 1999. Muitos indivíduos e instituições, espíritas ou não, compraram a ideia. Um dos primeiros foi Alziro Zarur, fundador da LBV (Legião da Boa-Vontade), que através de seus programas radiofônicos diários anunciava que deveriam todos se acautelar, pois de 1000 havia passado, mas de 2000 não passaria. Outro que, desta feita em nome do Espiritismo, passou a divulgar as catástrofes vindouras foi Edgard Armond, que, conforme já estudamos no artigo "Universalismo e Movimentos Cismáticos", admirava e acreditava nos escritos atribuídos ao espírito Ramatis.

No entanto, os anos de 1999 e 2000 se passaram e nada de extraordinário aconteceu. Terremotos, erupções vulcãnicas, maremotos, enfim, toda uma série de eventos ocorreram como desde sempre se deram na face do planeta, sem que 1% do que fora previsto por Ramatis tivesse ocorrido.

Porém, como é típico dos que não querem, por orgulho ou vaidade, dar o braço a torcer, ou mesmo porque não querem abjurar de suas ideias fantasiosas para encarar a realidade, vieram as justificativas e a tentativas de encontrar novas datas para a ocorrência dos desastres, julgados capazes de tornar o mundo melhor pela "expulsão" dos "maus" para que o "bons", finalmente, predominem na Terra.

Nada disso, contudo, é novidade e muito menos tem algo a ver com o Espiritismo.

Às vésperas do ano 1000, por exemplo, teóricos do apocalipse já previam a hecatombe, mas, como nada aconteceu, a data "certa" passou a ser 1033, isto é, 1000 anos após a morte de Cristo. Em 1524, astrólogos previram o início do fim do mundo para 1º de fevereiro com uma inundação em Londres. Como nenhuma gota caiu na cidade naquele dia, a justificativa dada foi que houve um erro de cálculo. O "certo" era 1624. Em 1533, Melchior Hoffmann previu que o mundo seria consumido pelas chamas. Ao final, nada aconteceu, e ele foi preso e morreu na prisão. Poucos anos depois, em 1537, o astrólogo Pierre Turrel afirmou dispor de quatro datas para o fim do mundo: 1537, 1544, 1801 e 1814. Acabou ficando para a história como o que mais datas usou para safar-se do vexame. Cento e onze anos depois, em 1648, o judeu Sabbatai Zevi se auto-intitulou o próprio Messias, que desta feita viria para expulsar os maus da Terra. Como naquele ano nada aconteceu, previu o apocalipse para 1666 e acabou preso. Decepcionado, converteu-se ao Islamismo. Em 1736, o teólogo William Whiston, repetindo o mesmo erro de 1524, anunciou que em 13 de outubro haveria uma gigantesca inundação, fazendo com que o rio Tâmisa lotasse de embarcações em rota de fuga. Como ocorrera em 1524, no dia anunciado da catástrofe sequer choveu. Em 1843, o líder adventista William Miller previu o apocalipse para 3 de abril, depois 7 de julho, depois 21 de março de 1844 e, finalmente, 22 de outubro. Desacreditado, morreu cinco anos depois da última previsão. Em 1881, alguns egiptólogos previram o fim do mundo baseados em alguns escritos encontrados. Refizeram as contas, mudando o ano do fim para 1936. Obrigados pelas circunstâncias, reformularam as previsões, empurrando-as para 1953. No início do século XX, foi a vez dos Testemunhas de Jeová. Foram três os anos previstos para o fim, todos obviamente errados: 1874, 1914 e 1975. Já ao final do século XX, no ano de 1980, um presságio astrológico árabe dizia que o mundo deveria se preparar para uma catástrofe devido a uma conjunção de Júpiter e Saturno em Libra. Chegando em 1999, os crentes nas previsões de Nostradamus davam como certo um cataclismo em 10 de março. Atribuíram o erro ao próprio Nostradamus. Em 2000, teóricos do apocalipse disseram que o juízo final ocorreria 2000 anos depois de Cristo. Como aconteceu no ano 1000, a previsão "pulou" para 2033. E, mais recentemente, como todos sabem, são as profecias maias as utilizadas para novamente espalhar o temor. Caminham com certeza para o fracasso, pois nem mesmo os maias afirmaram que o fim de um de seus três calendários representava o fim do mundo.

Já a visão apocalíptica disseminada no meio espírita (e não amparadas pela Doutrina) tenta ser mais "light" nas previsões, uma vez que não seria o fim do mundo, mas apenas uma sucessão de catástrofes que provocaria uma seleção entre espíritos mais adiantados e mais atrasados. No entanto, apesar da sutil diferença, as previsões não têm se mostrado menos equivocadas. Diversos membros do movimento ramatisista, uma espécie de seita que diz divulgar o Espiritismo, mas que vive batendo na tecla de estar a Codificação ultrapassada, e que se auto-intitulam "universalistas crísticos" ou simplesmente "espíritas universalistas", ainda hoje insistem em disseminar as previsões contidas nos livros de Ramatis. O tema é tratado abertamente em revistas, sites, programas de TV e Congressos do movimento ramatisista, como se as ditas previsões já não estivessem se esboroado. Exatamente como no passado, a tática é encontrar explicações pretensamente racionais ao não cumprimento das profecias e, logicamente, informar novas datas. O primeiro a se arriscar foi o "médium" universalista Roger Bottini, que em seu sítio na internet afirma que está tudo certo para 2036. Vai ter bastante tempo para pensar numa explicação "plausível" para o não cumprimento da previsão...

Na verdade, o que ocorre com os indivíduos que acreditam nessas previsões, sejam elas vindas numa embalagem religiosa ou não, é que esses não desistem de sua crença, mas, ao contrário, mais se aferram a ela. Há um caso clássico relatado no livro "Quando a profecia falha", de Leon Festinger, em que ele e seus colegas se infiltram em uma seita do fim do mundo composta de 15 pessoas. Eles acreditavam que uma mulher recebia mensagens de extraterrestes e que o mundo acabaria, segundo eles, em 21 de dezembro de 1954. Antes da catástrofe, eles seriam resgatados pela nave-mãe e levados para um lugar seguro. Como nada aconteceu, a mulher que se comunicava com os "ETs" disse ter recebido uma nova comunicação, em que o grupo era elogiado por ter espalhado tanta "luz" com suas orações que Deus havia decidido cancelar a destruição do mundo. Haviam, pois, encontrado um meio de acreditar na profecia.

Pode-se perceber também que, direta ou indiretamente, os crentes no "fins dos tempos" colocam-se invariavelmente numa posição de "salvos" e "direitistas do Cristo", enquanto que quem não acredita geralmente é posicionado como herético, descrente e "esquerdista do Cristo". O fim desses últimos deveria ser mesmo morrer, sem dó nem piedade, na visão dos extremistas. Já os primeiros nem cogitam da hipótese de morrer, pois, como são muito "bonzinhos", herdarão a Terra renovada.

Mais recentemente, surgiu a notícia, comentada por mim no artigo "Chico Xavier e as confusões apocalípticas" que o médium Chico Xavier também teria feito uma previsão de grandes acontecimentos para 2019 e que o Brasil será praticamente poupado da hecatombe, já que aqui é o "coração do mundo, pátria do Evangelho"... Só faltou dizer que Deus é brasileiro.

Em meio a tantos absurdos, só nos resta afirmar categoricamente: não há absolutamente nada na Doutrina Espírita, codificada por Allan Kardec, que possa servir de embasamento para tais ideias e previsões. O Espiritismo trata da Lei do Progresso, em que os mundos são como escolas e os espíritos pouco a pouco vão se aperfeiçoando em moral e inteligência a fim de ascenderem a outros mundos mais evoluídos. Diz também que, muitas das vezes, conflitos de ideias acabam sendo o móvel necessário para o progresso geral das sociedades humanas, infelizmente descambando, por vezes, em guerras fratricidas.

Allan Kardec, na Revista Espírita de agosto de 1865, ensina: "O Espiritismo tem como objetivo a regeneração da Humanidade: isto é um fato constatado. Ora, não podendo essa regeneração operar-se senão pelo progresso moral, daí resulta que seu obje­tivo essencial, providencial, é o melhoramento de cada um."

Não será justo que agora, em que mal as ideias espíritas tornam-se conhecidas e a humanidade em geral sinaliza uma mudança para melhor, mesmo que lenta, haverá Deus de destruir o planeta, como um pai que espanca o filho na tentativa de educá-lo de um dia para o outro. A humanidade tem muito a caminhar, sendo que a Natureza não dá saltos. Tudo tem seu tempo: o plantio e a colheita. As previsões do apocalipse geralmente são cridas por quem acha que a colheita possa vir antes da germinação. Definitivamente, não é isso que nos ensinam os Espíritos (verdadeiramente) superiores.

16 março 2012

Chico Xavier e as confusões apocalípticas


Na edição 439 do jornal "Folha Espírita", foi lançado um artigo escrito pela senhora Marlene Nobre em que constam supostas "revelações" do médium Francisco C. Xavier sobre o futuro do planeta e, mais especificamente, sobre o Brasil. E, mais uma vez, assanharam-se os apocalíticos de plantão em saírem por aí afirmando que, desta feita, não têm eles mais dúvida: de 2019 não passa!

Já tratamos deste tema em outras oportunidades através dos artigos abaixo linkados e relacionados, em que discorremos sobre as previsões de Ramatis que se revelaram totalmente falsas e fantasiosas:

Catastrofismo aparvalhante: as Previsões Apocalípticas que não se Cumpriram
Ramatis e o presidente do Brasil
À feição de seita apocalíptica
Onde está o Planeta Chupão de Ramatis?
Ramatis dita ficção e não realidade, assim como Hollywood
Terremotos recentes e histerias apocalípticas

Desta feita, transcreveremos inicialmente a excelente análise sobre o tema realizada pelo escritor Sérgio F. Aleixo:

CHICO XAVIER: DEFINITIVAMENTE, OUTRA RELIGIÃO!

Faz algum tempo, afiancei que caducaram por completo os prognósticos ao final do capítulo XXV do livro A Caminho da Luz (F.E.B., 1939), de Emmanuel.[1] O jesuíta assegurava ali, evidentemente em falso, que eram chegados os tempos em que as forças do mal seriam compelidas a abandonar as suas derradeiras posições de domínio nos ambientes terrestres; que se vivia na Terra, à época, um crepúsculo, ao qual sucederia ainda profunda noite, e que, ao século XX é que competiria a missão do desfecho desses acontecimentos espantosos.
Justo agora, num jornal “espírita” de grande circulação, entrevistado pela festejada Dr.ª Marlene Nobre, o Ilmo. Sr. Geraldo Lemos Neto participa as revelações que, em 1986, Chico Xavier lhe fez sobre o futuro reservado ao nosso planeta e seus habitantes nos próximos anos, finalizando com esta pérola emmanuelina: “As profecias são reveladas aos homens para não serem cumpridas”. De fato, as do suposto ex-senador de Roma, sem dúvida advogando aí em causa própria, nunca se cumpriram.
Kardec já advertira em A Gênese, XVI, 16, que “os espíritos realmente sábios nunca predizem nada com épocas determinadas”, bem como “se pode ter por certo que, quanto mais circunstanciadas as predições, mais elas são suspeitas”. Portanto, definitivamente, nada tem que ver com o Espiritismo, doutrina codificada por Allan Kardec, essa nova religião, essa nova Igreja chamada Federação Espírita Brasileira, que sempre teve por ícones mui dóceis de sua propaganda antidoutrinária o médium Chico Xavier e todos os seus guias e congêneres, agora erigidos em profetas apocalípticos.
De acordo com as tais revelações,[2] surpreendentemente não por decisão própria, mas ouvindo o apelo de outros seres angelicais de nosso sistema solar, Jesus convocou, em julho de 1969, reunião destinada a deliberar, na atmosfera terrestre, sobre o futuro de nosso planeta. Fico a imaginar se a convocação foi mediante algum satélite por ali disponível... A razão do apelo, pasmem: a chegada do homem à Lua naquele mês.
Jesus, pelo visto, não se abalou. Foi atendendo aos seus pares do sistema solar que marcou o conclave celeste. Depois de muitos diálogos, debates e sugestões, mesmo ante o receio e a indisposição de algumas potências angélicas presentes, o Mestre concedeu-nos uma “última chance” e “todas as injunções cármicas previstas para acontecerem no final do século XX” (eufemismo empolado para o fim do mundo) “foram suspensas”. Mais não parecem desse modo, pelo evidente conflito, deuses mitológicos que espíritos puros?
Pois bem. Revogadas assim, de improviso, as disposições anteriores, Emmanuel estaria livre da acusação de falso profetismo. Contudo, neste caso, menos interessa que suas profecias não se hajam cumprido do que o simples fato de haver predito acontecimentos espantosos para época determinada, o que espíritos verdadeiramente sábios nunca, nunca fazem. Além do mais, em A Gênese, XVIII, 26, aprende-se:

'A Terra, no dizer dos espíritos, não deve ser transformada por um cataclismo que aniquilaria subitamente uma geração. A geração atual desaparecerá gradualmente, e a nova a sucederá da mesma maneira, sem que nada seja mudado na ordem natural das coisas. Tudo, pois, se passará, exteriormente, como de hábito [...] Assim, aqueles que esperam ver a transformação ocorrer através de efeitos sobrenaturais e maravilhosos ficarão decepcionados.'

Mas voltemos ao monte Olimpo. Para tranquilizar as potências angélicas receosas e indispostas com a dilação que obteve do prazo para o fim do nosso mundo em mais 50 anos além do antes previsto, Jesus impôs às nações mais desenvolvidas e responsáveis da Terra (impôs como?) que não lançassem a III Guerra. Basta evitarem isso até 2019 e nosso mundo será admitido no sistema solar na condição de planeta de regeneração. Oras! Se um espírito apenas sábio nada prediz com época marcada, que se dirá de um espírito puro como Jesus, a fazê-lo em meio à indisposição receosa de alguns de seus pares.
Daí por diante, apesar de Chico Xavier dizer a G. L. Neto que “nenhum de nós pode prever os avanços que se darão a partir dessa data de julho de 2019”, o próprio Chico, pasmem, instado pelo interlocutor, passa a enumerá-los, desde a erradicação da pobreza, passando pelo fabrico de aparelhos para conversas com desencarnados, até a permissão expressa de Jesus aos extraterrestres, a fim de que nos ofertem tecnologias inimagináveis.
O mais assombroso, porém, são as previsões para a hipótese de o homem iniciar a III Guerra até 2019, que será, nesse caso, terminada por uma reação colossal das forças telúricas do planeta, inviabilizando a vida no hemisfério norte e abrindo um período de reconstrução de mais de mil anos. Isso levaria, pasmem de novo, a uma invasão autorizada pela O.N.U. ao hemisfério sul. Parece o filme O Dia Depois de Amanhã.
E restará aos brasileiros, além de só um quarto do seu território, a obrigação de “exemplificar a verdadeira fraternidade cristã”, ensinando aos invasores os mais altos valores de espiritualidade. Aprenderão com os norte-americanos o respeito às leis, o amor ao direito, à ciência e ao trabalho; com os europeus, o amor à filosofia, à música erudita; com os asiáticos o respeito ao dever, etc. Um povo que precisa aprender o respeito às leis e o amor ao direito com invasores norte-americanos irá ensinar-lhes, em contrapartida, os mais altos valores de espiritualidade... Surreal!
Outra providência dos deuses gregos, agora na atmosfera do nosso planeta travestidos de seres angélicos, foi que, desde 2000 (suposto ano da volta de Emmanuel), só permitem reencarnar aqui mansos, brandos, amorosos e pacíficos, sendo os recalcitrantes no mal encaminhados a mundos atrasados, o maior deles, Quírom, ou Kírom. Todos os que hoje têm no máximo 11 anos integrariam, pois, esse exército de brandos. Matemática canhestra. Decerto, se trata de outra profecia a não se cumprir. E tudo bem. Afinal, é para isso que as profecias, segundo Emmanuel, são reveladas, sobretudo as dele.
Toda essa mixórdia ridícula integra outra religião, um divinismo oracular abrasileiradamente sincrético; não é Espiritismo, mesmo porque nada conseguiu sê-lo após o passamento, em 31/03/1869, do Gênio Lionês ao mundo espírita, de onde ainda contempla o cumprimento desta profecia do Espírito de Verdade: “[...] as tuas melhores instruções serão desprezadas e falseadas”.[3]
Assim, profecias são verdadeiras predições e se cumprem com rigor, exceção feita às mistificações de espíritos pseudossábios, como Emmanuel, Ramatis e assemelhados, que julgam saber mais do que realmente sabem, ou simplesmente insistem sobre aquilo que deve permanecer oculto, a fim de darem a impressão de que conhecem os segredos de Deus.[4]

[1] Revista “Espiritismo e Ciência” n. 53. Kardec e os Exilados. Cf. texto atualizado: http://ensaiosdahoraextrema.blogspot.com/2010_03_29_archive.html; Kardec Versus Emmanuel em 12 Passos, http://ensaiosdahoraextrema.blogspot.com/2011_06_12_archive.html, bem como esta palestra: http://www.youtube.com/user/sergiofaleixo#p/c/F40B80DEDC8DE9CF/0/4h4r6CxP8Rs
[2] Cf. http://www.vinhadeluz.com.br//site/noticia.php?id=760
[3] KARDEC. Obras Póstumas. 12 de junho de 1856. Em casa do Sr. C.; médium: Srta. Aline C. Minha Missão.
[4] Cf. O Livro dos Espíritos, 104. O Livro dos Médiuns, 300.


Pois bem! E como dissemos no início, os catastrofistas de plantão logo vieram a público respaldar a suposta revelação profética. Um deles, o médium ramatisista e auto-proclamado "espírita universalista" Roger Bottini, já citado neste nosso espaço por afirmar receber mensagens de um deus da mitologia grega, saiu, mais uma vez, em defesa das mensagens de Hercílio/ Ramatis em seu sítio na internet, procurando confirmar as previsões do citado espírito com uma matemática elementar e bastante equivocada. O mais interessante é que o "médium" gaúcho cita e enaltece a reportagem em que Chico Xavier teria previsto as calamidades para 2019, mas ao mesmo tempo as prevê para 2036(!). Confiramos passo-a-passo essa declaração:

1 - O "médium" ramatisista começa criticando duramente aqueles que não creem nas previsões de Ramatis, chamando-os de "pessoas de visão estreita" :

"Um exemplo disso, é o sistemático ataque que sempre sofreram as obras de Ramatís por parte dessas pessoas de visão estreita; principalmente devido às revelações de seu profético livro “Mensagens do Astral”, recebido mediunicamente pelo médium Hercílio Maes e publicado em 1956."

2 - Logo após, o "médium" tenta atrelar a tal reunião citada por Emmanuel, supostamente ocorrida em 1969, às previsões feitas por Ramatis:

"Ou seja, esse livro foi escrito bem antes do ano de 1969, momento em que houve a reunião do astral, citada no texto da pergunta, dando uma moratória de 50 anos a nossa humanidade para procurar corrigir-se antes dos cataclismos de fim dos tempos. No livro de Ramatís, o sábio mentor afirma que esses acontecimentos ocorreriam no final do século vinte."

3- Como as tais previsões de Ramatis para o ano 2000 não se cumpriram, a estratégia é responsabilizar o plano espiritual e afirmar que eles mudaram de planos:

"E, pelo que vemos nas referências de Chico, era isso que realmente aconteceria. (...) Voltando ao texto, vemos que as datas mencionadas por Chico Xavier fecham muito bem. Realmente, os eventos de fim dos tempos foram adiados e, a partir da próxima década, começarão a se intensificar os sinais de efetivação da transição planetária, sendo que por volta de 2036 teremos os mais impressionantes eventos."

Talvez temendo a proximidade do ano de 2019 e o consequente vexame advindo do fato desses eventos não se cumprirem, o sr. Bottini estica a previsão e, numa matemática bisonha, 1969 + 50 acaba resultando em 2036 (!).

Outro fato digno de nota é que consta do livro "Encontros no Tempo" (IDE), de Hércio Marques C. Arantes, publicado na época em que Chico Xavier ainda estava vivo, uma declaração do citado médium afirmando o seguinte:

"Muitas realizações para o Terceiro Milênio,segundo Emmanuel, poderão talvez ocorrer depois de 2990. Imaginemos, pois, certos fenômenos de triagem para séculos não muito próximos. Os amigos desencarnados afirmam que na próxima galáxia, de cuja vida e grandeza compartilhamos, existem numerosos mundos de feição primitiva, aptos a nos receberem para estágios mais simples de progresso espiritual, caso não queiramos seguir o surto de elevação em que a nossa Terra está penetrando."

Daí perguntamos ao estimado leitor: qual declaração mereceria e merece maior credibilidade? A primeira, relatada após o desencarne do médium, ou a segunda, tornada pública através de um livro enquanto Chico Xavier ainda estava entre nós?

Percebe-se aí a tendência, nos dias de hoje, de tudo colocarem na boca do médium Chico Xavier com o intuito de angariar notoriedade e, principalmente, credibilidade. A pouco tempo, inclusive, até mesmo uma dieta em forma de simpatia foi amplamente divulgada como sendo de autoria do mesmo. Confira clicando aqui.

Já a Doutrina Espírita em si, contida toda ela nas obras da Codificação, é cada vez mais posta de lado, e são poucos que a consultam antes de sair divulgando algo em nome do Espiritismo. Predomina a leviandade e a completa falta de compromisso ético-moral, tanto perante a própria Doutrina como com as próprias pessoas em geral, que certamente estão procurando o Espiritismo para se instruírem, e acabam tendo contato com mentiras, fantasias e mistificações de todo gênero, principalmente divulgadas por indivíduos de tendência mística e que, na mais das vezes, querem obter vantagens pessoais com tudo isso.

A Doutrina Espírita é demasiadamente clara e cristalina e não há como misturá-la a outras "coisas" de conteúdo duvidoso, que caem por terra ao menor arremedo de racionalidade e discernimento.

Como já pude recentemente dizer a um conhecido divulgador ramatisista por e-mail, nada temos contra alguém desejar aventurar-se no espiritualismo genérico. Que tenha boa sorte! Mas daí subverter uma doutrina tão racional como é o Espiritismo é outra coisa, bem diferente.

Não podemos agregar tudo ao Espiritismo e ao seu Movimento a pretexto de caridade e boa convivência com pessoas que pertençam a outras doutrinas e/ou religiões. O Espiritismo não ensina intolerância religiosa, portanto fundar um movimento nessas bases é querer posar de "mais realista do que o rei", conforme a expressão popular. Podemos muito bem discordar e sermos fraternos, uma vez que ser fraterno não quer dizer que se deva aceitar tudo. Seria um contrassenso e uma violência à liberdade de pensamento.

O Espiritismo, por sua vez, nada tem a ver e não respalda qualquer previsão de "final dos tempos". A marcha evolutiva da humanidade se dará lenta e gradativamente, conforme as sábias leis de Deus e da Natureza. Isso se encontra bem claro nas obras da Codificação elaborada por Allan Kardec:

P. — Disseram os Espíritos que os tempos são chegados em que tais coisas têm de acontecer: em que sentido se devem tomar essas palavras?

R. — Em se tratando de coisas de tanta gravidade, que são alguns anos a mais ou a menos? Elas nunca ocorrem bruscamente, como o chispar de um raio; são longamente preparadas por acontecimentos parciais que lhes servem como que de precursores, quais os rumores surdos que precedem a erupção de um vulcão. Pode-se, pois, dizer que os tempos são chegados, sem que isso signifique que as coisas sucederão amanhã. Significa unicamente que vos achais no período em que se verificarão.

P. — Confirmas o que foi dito, isto é, que não haverá cataclismos?

R. — Sem dúvida, não tendes que temer nem um dilúvio, nem o abrasamento do vosso planeta, nem outros fatos desse gênero, porquanto não se pode denominar cataclismos a perturbações locais que se têm produzido em todas as épocas. Apenas haverá um cataclismo de natureza moral, de que os homens serão os instrumentos. (12 de maio de 1856 - Obras Póstumas)

O que pervaga pelo Movimento Espírita são indivíduos que desejam os holofotes e correm atrás de fama e de dinheiro advindos da exposição desses relatos confusos e fantasiosos, mui habilmente engendrados, em meio a discursos repletos de palavras bonitas e lugares comuns. Atentemos a isso e assim colaboraremos para uma divulgação séria desse colosso que é o Espiritismo. Essa é a parte que cabe a todos nós.

05 março 2012

Universalismo e Movimentos Cismáticos

É muito natural que as pessoas possuam diferentes maneiras de pensar, algo que ocorre, entre outras fatores, devido ao fato de cada um estar num patamar diferente de compreensão sobre determinada questão ou assunto.

No entanto, quando um ou mais indivíduos que dizem pertencer a uma determinada religião, ou que dizem apoiar certo conjunto de ideias de cunho filosófico (como a Doutrina Espírita, por exemplo), passam a discordar de alguns de seus princípios ou ensinos, forma-se aquilo que se convencionou chamar de "cisma". O cisma caracteriza-se por uma dissidência (ou cisão), em que geralmente seus partidários mantêm certos princípios originais e passam, concomitantemente, a adotar outros que lhes pareçam melhores ou mais convenientes. De maneira geral, passam a isolar-se do movimento originário, adotando práticas e divulgando conceitos próprios.

Allan Kardec, o sistematizador da Doutrina Espírita, deixou comentários importantes e esclarecedores acerca dos cismas que já surgiam e viriam a surgir no movimento espírita, tendo deixado evidenciado sua preocupação perante os mesmos. Leiamos:

"Uma questão que se apresenta em primeiro lugar no pensamento é a dos Cismas que poderão nascer no seio da Doutrina; o Espiritismo deles será preservado?

Não, seguramente, porque terá, no começo sobretudo, que lutar contra as ideias pessoais, sempre absolutas, tenazes, lentas em se harmonizarem com as ideias de outrem, e contra a ambição daqueles que querem ligar, mesmo assim, o seu nome a uma inovação qualquer; que criam novidades unicamente para poderem dizer que não pensam e não fazem como os outros; ou porque o seu amor-próprio sofre por não ocupar senão uma posição secundária.
" (em Constituição do Espiritismo - Dos Cismas, Obras Póstumas)(grifos nossos)

Vemos claramente que Allan Kardec se refere a novidades oriundas de ideias pessoais através das quais adeptos ambiciosos e, por que não dizer?, vaidosos e sequiosos por destaque, de maneira persistente procuram fazer prevalecer, exatamente como temos observado nos últimos tempos.

Cabe frizar que o Espiritismo se deparou, inicialmente, com simpatizantes de praticamente todas as religiões e filosofias. Uns, logo reconhecendo que a Doutrina Espírita possuía ideias, conceitos e princípios que lhe eram próprios, perceberam que não seria possível conciliar o Espiritismo com doutrinas do passado, fossem elas do Ocidente ou do Oriente, apesar dos alguns (poucos) pontos aparentemente em comum. Já outros, afetivamente ligados às suas antigas religiões, acharam que o Espiritismo nada teria a perder aceitando o que chamavam de "contribuições" dessas correntes do espiritualismo em geral, fossem elas oriundas de religiões dogmáticas (como o Catolicismo), ou de religiões orientais e/ou orientalistas.

Como já estudamos anteriormente em outros artigos, especialmente em "Os Cavalos de Troia do Espiritismo" e em "Os Efeitos do Ecletismo e da Heterodoxia no Movimento Espírita Francês", J.-B. Roustaing foi o primeiro a liderar um movimento cismático com suas ideias neo-docetistas muito semelhantes ao ideário católico. Tempos depois, com o desencarne do Codificador, logo se apossaram da Sociedade Parisiente de Estudos Espíritas, espiritualistas de toda ordem, especialmente teosofistas, ocultistas e esotéricos, com a complacência de Pierre Gaëtan Leymarie, pouco afeito a manter a mesma postura austera do Codificador.

Anos depois, no Brasil, os adeptos do rustenismo adiantaram-se e fundaram a Federação Espírita Brasileira (FEB), dominando amplamente o movimento espírita com uma avalanche de obras que, pouco a pouco, foram minando a divulgação e o estudo das obras da Codificação, considerada pelos mesmos superadas pela obra "Os Quatro Evangelhos" de J.-B. Roustaing, apelidada de "a Revelação da Revelação".

Já nos idos de 1950, surgem os livros de Hercílio Maes, com ideias em oposição ao rustenismo e com a proposta de acrescentar ao Espiritismo práticas, ensinos e conceitos do rosacrucianismo e da teosofia, como pudemos claramente apontar em Artigo investigativo: Ramatis pode nem existir. A proposta? Uma só: estabelecer o que Hercílio apelidou de "universalismo", como se o Espiritismo, por si só, não fosse uma doutrina eminentemente universalista.

Vejamos, uma a uma, as definições de "universalismo" contidas no Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, e verificaremos que a Doutrina espírita, mais do que qualquer outro conjunto de ideias (doutrina), é essencialmente universalista:

Universalismo - substantivo masculino;

1 Rubrica: religião.
"doutrina ou crença que afirma que todos os homens estão destinados à salvação eterna, em virtude da bondade de Deus"


Comentário: É exatamente isso o que ensina o Espiritismo. Acresce ainda que alcançamos o mais alto estágio evolutivo através da reencarnação (ou vidas sucessivas), onde nos são dadas as oportunidades de aprendizado e aperfeiçoamento intelecto-moral.

2 caráter do que é universal ou universalista; universalidade

Comentário: Allan Kardec, servindo-se de médiuns de praticamente todos os pontos do planeta e desconhecidos uns dos outros, atestou que os ensinos espíritas são de origem universal. Tal fato pode ser verificado no artigo Controle Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE), o eficaz método espírita de aferição da Verdade. Além disso, o Espiritismo assenta-se sob fatos naturais e não admite nada do que se afaste dessas mesmas leis, imutáveis como o próprio Criador. Utilizando-se do critério de concordância universal, o codificador pôde chegar a um eficaz meio de aferição das mensagens que lhe chegavam.

3 tendência de tornar universal uma religião, uma ideia, um sistema etc., fazendo com que se dirija ou abranja a totalidade e não um grupo particular

Comentário: O Espiritismo se destina a todos, porque todos estamos submetidos às mesmas leis universais. Não se dirije somente aos espíritas, e nem defende qualquer beneplácito divino ou superioridade dos espíritas sobre os demais.

4 opinião dos que só reconhecem como autoridade o assentimento universal

Comentário: Como já foi dito e demonstrado, Allan Kardec utilizou-se de comunicações oriundas dos quatro cantos do planeta, tendo sido o único a sistematizar uma doutrina desta maneira. Portante, é errôneo afirmar que o Espiritismo tenha um viés unicamente ocidental, ou que tenha privilegiado o pensamento predominante no Ocidente.

Assim sendo, não há razão para fundar qualquer movimento pretensamente ligado ao Espiritismo que se auto-intitule "universalista", já que a própria Doutrina Espírita é, por si só, universalista.

Em nossas pesquisas, pudemos observar que os idealizadores do movimento universalista, os contemporâneos Edgard Armond e Hercílio Maes, ambos ramatisistas e adeptos de correntes espiritualistas orientais, intentaram, conscientemente ou não, na verdade, promover um sincretismo dessas filosofias com o Espiritismo. O primeiro, escrevendo livros de próprio punho, tendo sido o livro "Exilados de Capela" o que mais sucesso alcançou; o segundo, atribuindo tais ideias a um espírito "oriental" chamado Ramatis.

Edgard Armond foi inclusive chamado por Ramatis de "discípulo querido", sendo que boa parte do projeto de implantação da Aliança Espírita Evangélica, assim como os trabalhos mediúnicos em si e programação de estudos, foram inspirados nos ditados constantes das obras de Hercílio/Ramatis. Tais informações, para que fique claro que não estamos tirando de nossa cabeça, constam do livro "No Tempo do Comandante", de Edelso da Silva Jr., uma biografia de Armond.

Preocupado com a situação, em que eram propagados Brasil afora uma série de práticas e informações que colidiam com o Espiritismo e afrontavam o método kardeciano, Deolindo Amorim lançou a preciosíssima obra "O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas" (1958). Sem combater nenhuma corrente ou filosofia espiritualista, como a Teosofia, a Rosacruz, e as diversas seitas de origem asiática e africana, embora ressaltando eventuais coincidências de pontos filosóficos, Deolindo define, separa e identifica o que é o Espiritismo, mostrando a sua independência.

"(...) Todas as doutrinas organizadas têm o seu corpo de princípios, seus postulados, sua orientação. O Espiritualismo, em sua amplitude, é a matriz de muitas escolas, religiões e correntes filosóficas, mas a própria disciplina da inteligência exige que se dê a cada religião ou doutrina o seu lugar inconfundível: ESPIRITISMO é Espiritismo; TEOSOFIA é teosofia; ECLETISMO é ecletismo. É melhor discernir do que confundir, pois é discernindo que se põe ordem nas ideias para procurar a Verdade.

"O Espiritismo é uma doutrina universalista, e tanto quanto as doutrinas que mais o sejam; mas é indispensável não levar a noção de universalismo ao arbítrio de acomodações inconvenientes senão prejudiciais à clareza do espírito crítico. Repetimos que o Espiritismo é universalista, os seus problemas têm o sentido da universalidade, mas também é oportuno acentuar que o Espiritismo não é uma forma de sincretismo doutrinário ou religioso, sem unidade nem consistência. Não, absolutamente! Já se falseou muito a ideia de universalismo. Ser universalista é ter visão global do conhecimento, é estimar a universalidade dos valores espirituais acima e além de todas as configurações geográficas ou históricas. Universalismo é uma convicção, é uma posição consciente em face da cultura humana e espiritual; não é, portanto, a junção pura e simples de crenças, doutrinas e práticas diversas." (cap. I - A Reencarnação e as Escolas Orientais)

A última linha do brilhante comentário de Deolindo Amorim é uma descrição fiel do que acontece em núcleos espíritas (ou pretensamente espíritas) que adotam esse comportamento sincrético dito "universalista". Adoção de práticas mediúnicas exóticas (apometria, passes padronizados, etc.), utilização de terapias alternativas muitas vezes inócuas (cromoterapia, radiestesia, cristalterapia, etc.), venda de objetos tidos como concentradores ou debeladores de "energia" (cristais, incensos, defumadores, etc.), uso de uniformes e roupas especiais (jalecos brancos, imitando profissionais da saúde), e por aí vai.

Até mesmo o espírito André Luiz, entidade incensada por boa parte do contingente espírita, mostrou-se claramente contrário a essa postura agregacionista e oportunista:

"Muitos, companheiros, sob a alegação de que todas as religiões são boas e respeitáveis, julgam que as tarefas espíritas nada perdem por aceitar a enxertia da práticas estranhas à simplicidade que lhes vige na base, lisonjeando indebitamente situações e personalidades humanas, supostas capazes de beneficiar as construções doutrinárias do Espiritismo.

No entanto, examinemos, sem parcialidade, a expressão contraditória de semelhante
atitude, analisando-a, na lógica da vida.

Criaturas de todas as plagas dos Universos são filhas do Criador e chegarão, um dia, à perfeição integral. Mas, no passo evolutivo em que nos achamos, não nos é lícito estar com todas, conquanto respeitemos a todas, de vez que inúmeras se encontram em experiências diametralmente opostas aos objetivos que nos propomos alcançar.

Não existem caminhos que não sejam viáveis e todos podem conduzir a determinado
ponto do mundo. Contudo, somente os viajores irresponsáveis escolherão perlustrar
atalhos perigosos e desfiladeiros obscuros, espinheiros e charcos, no Dédalo de aventuras marginais, ao longo da estrada justa.

Indiscriminadamente, os produtos expostos num mercado são úteis. Mas sob a desculpa do acatamento que se deve a todos, não nos cabe comer de tudo, sem a mínima noção de higiene e sem qualquer consideração para com a própria saúde.

Águas de qualquer procedência liquidam a sede. No entanto, com a desculpa de que todas são valiosas, não é aconselhável se beba qualquer uma, sem qualquer preocupação de limpeza, a menos que a pessoa esteja nas vascas da sofreguidão, ameaçada de morte pelo deserto.

Sabemos que a legislação humana obtida à custa de sofrimento estabelece a segregação dos irmãos delinquentes para o trabalho reeducativo; sustenta a polícia rodoviária para garantir a ordem da passagem correta; mantém fiscalização adequada para o devido asseio nos recursos destinados à alimentação pública e cria agentes de filtragem para que as fontes não se façam veículos de endemias e outras calamidades que arrasariam populações indefesas.

Reflitamos nisso e compreenderemos que assegurar a simplicidade dos princípios
espíritas, nas casas doutrinárias, para que as sua atividades atinjam a meta da libertação espiritual da Humanidade não é fanatismo e nem rigorismo de espécie alguma
, porquanto, agir de outro modo seria o mesmo que devolver um mapa luminoso ao labirinto das sombras, após séculos de esforço e sacrifício para obtê-lo, como se também, a pretexto de fraternidade, fôssemos obrigados a desertar do lar para residir nas penitenciárias; a deixar o caminho certo para seguir pelo cipoal; a largar o prato saudável para ingerir a refeição deteriorada e desprezar a água potável por líquidos de salubridade suspeita." ("Práticas Estranhas", livro "Opinião Espírita" (1963) - F.C. Xavier)

Assim sendo, o alerta está dado.

Infelizmente, os interessados em tornar o movimento espírita um celeiro de fantasias muito se aborrecem com esses comentários, mas é preciso que não nos deixemos enganar. Há muitos interesses envolvidos nisso, tanto materiais, quanto espirituais. De um lado, espíritos pseudossábios, autênticos falsos profetas da erraticidade, charlatões da espiritualidade, que revestem suas mensagens das palavras de amor, caridade, etc. apenas com o intuito de melhor enganarem acerca de suas luzes. Ditam o que lhes vêm à cabeça com o intuito de promover a confusão. Do outro, indivíduos encarnados que pouco se aprofundaram no estudo sério da Doutrina Espírita, desejosos por terem sobre si os holofotes e o dinheiro que esse grande mercado da literatura "trash" pseudo-espírita tem proporcionado.

Cabe aos dirigentes espíritas discernir que "tolerar" não significa o mesmo que "transigir". Toleramos a todos, amamos a todos, mas a título de amar não nos é lícito conspurcar aquilo que nos é mais caro: o Espiritismo e sua missão de libertação das consciências das faixas da ignorância, causa primária de tudo aquilo que causa sofrimento e impede as almas de voarem mais celeremente rumo à perfeição.

29 fevereiro 2012

Médium "universalista" diz receber mensagens de deus grego

"Muitas comunicações há, de tal modo absurdas, que, embora assinadas com os mais respeitáveis nomes, o senso comum basta para lhes tornar patente a falsidade. Outras, porém, há, em que o erro, dissimulado entre coisas aproveitáveis, chega a iludir, impedindo às vezes se possa apreendê-lo à primeira vista. Essas comunicações, no entanto, não resistem a um exame sério. (...) De fato, a facilidade com que algumas pessoas aceitam tudo o que vem do mundo invisível, sob o pálio de um grande nome, é que anima os Espíritos embusteiros. A lhes frustrar os embustes é que todos devem consagrar a máxima atenção; mas, a tanto ninguém pode chegar, senão com a ajuda da experiência adquirida por meio de um estudo sério. Daí o repetirmos incessantemente: Estudai, antes de praticardes, porquanto é esse o único meio de não adquirirdes experiência à vossa própria custa." (Allan Kardec, em "O Livro dos Médiuns")

Na Antiguidade, os povos não possuíam meios de explicar os fenômenos naturais e emprestaram a esses fenômenos nomes de deuses, considerando-os como tais. O trovão inspirava um deus, a chuva outro. O céu era um deus pai, e a terra uma deusa mãe, sendo os demais seres seus filhos. Originaram-se, a partir daí, histórias e aventuras que explicavam de forma poética o mundo que os rodeava. Esses núcleos arquetípicos mitológicos recebem o nome de "mitologemas". A um conjunto de mitologemas de mesma origem histórica dá-se o nome de "mitologia".

A Mitologia Grega, especificamente falando, "é o estudo dos conjuntos de narrativas relacionadas aos mitos dos gregos antigos, de seus significados e da relação entre eles e os povos" (Wikipedia), e advém de uma mistura entre a cultura dos indo-europeus, pré-gregos, e até mesmo dos asiáticos, egípcios e outros povos com as quais os gregos estabeleceram contato.

O estudo da genealogia e filiação das divindades cultuadas pelos gregos chama-se "teogonia", o mesmo nome da obra do poeta Hesíodo, escrita possivelmente no século VIII a.C.

Segundo a teogonia imaginada pelos gregos, toda a desordem universal teria sido posta em ordem por Zeus e se desenvolve por seis gerações sucessivas de deuses. Zeus, em determinado momento, casa-se com Maia, uma das setes filhas de Atlas e Pleione, filha de Oceano. Zeus, para que Maia e sua irmãs escapassem do gigante Órion, transformou-as no aglomerado estelar das Plêiades, integrante da constelação de Touro. Com Zeus, Maia teve Hermes, o belo mensageiro dos deuses. E é justamente sobre Hermes, essa figura mitológica que só existiu nas narrativas dos gregos antigos, que iremos tratar daqui por diante.

Segundo a Encyclopaedia Britannica – Volume XI, Hermes Trismegisto "é uma divindade complexa, com múltiplos atributos e funções. Hermes foi no início um deus agrário, protetor dos pastores e dos rebanhos. Um escrito de Pausânias deixa bem claro esta atribuição do filho de Maia: 'Não existe outro deus que demonstre tanta solicitude para com os rebanhos e para com o seu crescimento'. Mais tarde, os escritores e os poetas ampliaram o mito, como por exemplo, Homero, nos seus poemas épicos Ilíada e Odisseia. Na Odisseia, por exemplo, o deus intervém como mago e como condutor de almas (nas Rapsódias X e XXIV)."

Segundo ainda a farta literatura sobre o assunto, Hermes é também o deus das estradas. Nas encruzilhadas, para servir de orientação, os transeuntes amontoavam pedras e colocavam no topo do monte a imagem da cabeça do deus. A pedra lançada sobre um monte de outras pedras, simbolizava a união do crente com o deus ao qual elas estavam consagradas. Considerava-se que nas pedras do monte estavam a força e a presença do divino.

Para os gregos, Hermes regia as estradas porque andava com incrível velocidade, por usar as sandálias providas de asas. Deste modo, tornou-se o mensageiro dos deuses, principalmente de seu pai, Zeus. Conhecedor dos caminhos, não se perdendo nas trevas e podendo circular livremente nos três níveis (Hades ou infernos, Terra ou telúrico e Paraíso ou Olimpo), Hermes tornou-se um deus condutor de almas.

A astúcia, a inventividade, o poder de tornar-se invisível e de viajar por toda a parte, aliados ao caduceu com o qual conduzia as almas na luz e nas trevas, são os atributos que exaltam a sabedoria de Hermes, principalmente no domínio das ciências ocultas, que se tornarão, na época helenística, as principais qualidades do deus.

A partir deste ponto, Hermes se converteu no patrono das ciências ocultas e esotéricas. É ele quem sabe e quem transmite toda a ciência secreta. O feiticeiro Lúcio Apuléio declara em seu livro de bruxaria (de magia) que invocava Mercúrio – o Hermes dos romanos – como sendo aquele que possuía os segredos da magia e do ocultismo.

Hermes Trismegisto é o nome grego dado ao deus egípcio Thoth, considerado o inventor da escrita e de todas as ciências a ela ligadas, inclusive a medicina, a astronomia e a magia. Segundo o historiador Heródoto, já no séc. V a.C. Thoth era identificado e assimilado a Hermes Trismegisto, i.e., ao Três Vezes Poderoso Hermes.

No mundo greco-latino, sobretudo em Roma, com os gnósticos e neoplatônicos, Hermes Trismegisto se converteu num deus cujo poder varou os séculos. Na realidade, Hermes Trismegisto resultou de um sincretismo com o Mercúrio latino e com o deus egípcio Thoth, o escrivão no julgamento dos mortos no Paraíso de Osíris, e patrono de todas as ciências na Grécia Antiga.

Em Roma, a partir dos primeiros séculos da era cristã, surgiram muitos tratados e documentos de caráter religioso e esotérico que se diziam inspirar-se na religião egípcia, no neoplatonismo e no neopitagorismo. Esse vasto conjunto de escritos que se acham reunidos sob o nome de "Corpus Hermeticum", coleção relativa a Hermes Trismegisto, é uma fusão de filosofia, religião, alquimia, magia e astrologia, e tem muito pouco de egípcio.

Hermes Trismegisto foi, na Mitologia Grega, o deus que reuniu os atributos que todos os grandes pensadores e iniciados desejaram transmitir às futuras gerações.

O Hermetismo foi estudado durante séculos pelos árabes e, por seu intermédio, chegou ao Ocidente, onde influenciou homens como Albertus Magnus. Em toda a literatura Medieval e do Renascimento são frequentes as referências a Hermes Trismegistos e aos Escritos Herméticos, estudados e aprofundados, principalmente, pelos Alquimistas e pelos Rosacruzes. Para os Rosacruzes, Hermes Trismegistos foi um sábio. O Dr. H. Spencer Lewis, escritor e Grande Mestre da Ordem Rosacruz, se referia a Hermes como uma pessoa real.

É justamente baseado e confiante neste enorme engano que o médium ramatisista Roger Bottini afirma que, - pasmém os queridos leitores -, psicografa mensagens de Hermes Trismegisto (cujo sobrenome aparece erroneamente grafado em seus livros), o deus da mitologia grega! Segundo o referido médium, já citado aqui nos artigos "Saint Germain, Novo 'Governador do Planeta' ou apenas um Bon Vivant?", "Universalismo Crístico ou Misticismo anti-espirítico?" e "Insistindo nos mesmos erros", Hermes Trismegisto é seu espírito protetor e, certa feita, o levou, em desdobramento, a uma cidade astral chamada "O Império do Amor Universal" ("A História de um Anjo" - Editora do Conhecimento). Ali Roger Bottini teria conhecido um anjo chamado Gabriel, que o leva a uma visita ao "Templo da União Divina", onde assiste a espetáculos de música, teatro, e danças. Daí conhece Danúbio, espírito de suposta alta hierarquia que diz ser o protetor responsável por sua encarnação na Terra. Em uma reunião de confraternização, o médium relata, no mesmo livro já citado, ter visto Jesus e recebido do próprio uma benção pelo seu trabalho literário em benefício da humanidade.

Vemos aí, claramente, que o médium não se faz de rogado e, sem qualquer timidez e ao mesmo tempo fingindo modéstia, coloca-se sempre acompanhado de sumidades do além, entre eles o próprio Jesus Cristo, que ainda o elogia por sua elevada missão. Nada que nos surpreenda, já que o médium Roger Bottini declara ter sido, também, como já comentamos em artigos anteriores, filho de Allan Kardec em outras encarnações.

Em meio a narrativas onde comparecem faraós egípcios e habitantes da mitológica Atlântida, surgem "dragões" e "magos negros", "ditadores do abismo" e "senhores da escuridão", onde fica evidenciado que o autor, em linhas gerais, pega carona nos textos da sofrível obra de R.A. Ranieri conhecida como “O Abismo”, no livro “Erg, O Décimo Planeta” de Roger Feraudy (que aponta o auge dos eventos catastróficos na Terra para o ano 2036), além dos não menos fantasiosos livros “Legião”, “Senhores da Escuridão” e “A Marca da Besta”, de Robson Pinheiro. Todos esses autores, por sua vez, parecem ter se inspirado no livro "Os Exilados de Capela", de Edgard Armond, que até hoje é confundido como sendo autenticamente espírita. Para completar, as obras de Hercílio Maes/Ramatis servem para dar o cunho sincrético e místico, assim como corroboram as profecias de destruição do planeta por conta da aproximação de um suposto "astro intruso".

Nesse conjunto de tolices e absurdos, que bem poderiam ser apresentados como meros frutos de uma imaginação hiper excitada, o que mais causa tristeza e indignação é o de atribuírem tais ludíbrios ao Espiritismo, fazendo-se passar seus autores como "espíritas", e seus conceitos como inteiramente de acordo com a magna Doutrina Espírita. Além disso, fica evidente a faceta mercantilista, onde editoras sem o menor compromisso ético e doutrinário logo se assanham em patrocinar tais empreitadas devido ao grande número de leitores ávidos por consumirem fantasias espirituais, mas pouco interessados em realmente se esclarecerem.

Por conta disso tudo, acaba caindo o Espiritismo na total falta de credibilidade perante boa parte da opinião pública, sendo que a Doutrina se coloca clara e frontalmente contrária a essa postura caricata, sensacionalista e mercantilista.

São mais do que atuais os ensinamentos espíritas, inclusive as próprias instruções de Allan Kardec e dos Espíritos Superiores acerca das mistificações:

“Se é desagradável ser enganado, mais desagradável ainda é ser mistificado; esse é, aliás, um dos inconvenientes de que mais facilmente nos podemos preservar.
“Consultando os Espíritos sobre esse tema (“mistificações), eis as respostas que nos deram:

Pergunta de AK: “As mistificações constituem um dos escolhos mais desagradáveis do Espiritismo prático; haverá um meio de nos preservarmos deles?

Resposta: “Parece-me que podeis achar a resposta em tudo quanto vos tem sido ensinado. Sim, certamente, há um meio simples: o de não pedirdes ao espiritismo senão aquilo que ele vos pode e deve dar-vos; sua finalidade é o melhoramento moral da humanidade; tanto assim que, se não vos afastardes desse objetivo, jamais sereis enganados, porquanto não há duas maneiras de se compreender a verdadeira moral, ou seja, a moral que todo homem de bom-senso pode admitir.

O papel dos Espíritos não é o de vos informar sobre as coisas deste mundo, mas o de vos guiar seguramente no que vos possa ser útil para o outro mundo. Quando vos falam do que a este (mundo dos homens) diz respeito, é que o julgam necessário, mas não para dar resposta a uma solicitação vossa. Se vedes nos Espíritos os substitutos dos adivinhos e dos feiticeiros, então, sim, é certo que sereis enganados.

Pergunta de AK: - "Mas, há pessoas que nada perguntam e que são indignamente enganadas por Espíritos que vêm espontaneamente, sem serem chamados".

Resposta: – "Se elas não perguntam nada, é porque se comprazem em ouvir o que eles dizem, o que dá no mesmo. Se acolhessem com reserva e desconfiança tudo o que se afasta do objetivo essencial do espiritismo, os Espíritos levianos não as tomariam tão facilmente por enganados".

Pergunta de AK: - "Por que permite Deus que pessoas sinceras e que aceitam o Espiritismo de boa-fé, sejam mistificadas? Não poderia isto ter o inconveniente de lhes abalar a crença?"

Resposta: – "Se isto lhes abalar a crença, é porque a fé que demonstram ter não é muito sólida; as que renunciassem ao espiritismo, por um simples desapontamento, provariam não o terem compreendido e não se apegaram à parte séria. Deus permite as mistificações, para experimentar a perseverança dos verdadeiros adeptos e punir os que do Espiritismo fazem objeto de divertimento”. (Espírito da Verdade em "O Livro dos Médiuns", cap. XXVII da Segunda Parte, nº 303).

Cabe aos espíritas sinceros darem um basta nessas ardilosas imposturas, através do esclarecimento constante e da denúncia bem fundamentada. Caso contrário, em breve teremos um Movimento Espírita completamente dominado por esses autênticos falsos profetas, sejam eles encarnados ou da erraticidade. Tal chamamento nos foi trazido por Erasto, com o qual concluímos o presente estudo:

"É incontestável que, submetendo ao crivo da razão e da lógica todos os dados e todas as comunicações dos Espíritos, fácil se torna rejeitar a absurdidade e o erro. Pode um médium ser fascinado, e iludido um grupo; mas, a verificação severa a que procedam os outros grupos, a ciência adquirida, a alta autoridade moral dos diretores de grupos, as comunicações que os principais médiuns recebam, com um cunho de lógica e de autenticidade dos melhores Espíritos, justiçarão rapidamente esses ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos mistificadores ou maus". - Erasto, discípulo de São Paulo. (Paris, 1862)

***

Bibliografia consultada sobre Hermes Trismegisto: Hermes Trismegisto - Ensinamentos Herméticos AMORC Grande Loja do Brasil - Dr. H. Spencer Lewis; Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan; La Franc-Maçonnerie Rendue Intelligible à Ses Adeptes – Oswald Wirth; Encyclopaedia Britannica – Volume XI; O Vale dos Reis – O Mistério das Tumbas Reais do Antigo Egito; – John Romer; A Doutrina Secreta – Volume V – H.P.Blavatsky; Odisseia - Homero

Comentários adicionais:

(1)Hercílio Maes/Ramatis, como era também ligado ao Rosacrucianismo, incluiu no livro "O Sublime Peregrino" (cap. I) o seguinte comentário: "Assim, em épocas adequadas, baixaram à Terra instrutores espirituais como Antúlio, Numu, Orfeu, Hermes, Crisna, Fo-Hi, Lao Tsé, Confúcio, Buda, Ma-harshi, Ramacrisna, Kardec e Ghandi, atendendo particularmente às características e aos imperativos morais e sociais do seu povo." Vemos aí, mais uma vez, que Hercílio Maes "importa" do rosacrucianismo diversas concepções, possivelmente colocando-as na boca de um espírito, como já vimos no artigo investigativo "Ramatis pode nem existir". Confiram.

(2) No trecho acima mencionado, Orfeu também é mencionado como figura real, enquanto, na verdade, também não passa de uma personagem da mitologia grega, filho de Apolo e da Musa Calíope.

28 fevereiro 2012

Até Divaldo Franco anda abismado...



Diante de tantos absurdos que estamos vendo sendo publicados em nome do Espiritismo, até mesmo o antes tão "diplomático" médium Divaldo Pereira Franco resolveu se pronunciar. Sem dar "nome aos bois", como se diz popularmente, o médium alerta para a onda de obras anti-doutrinárias que vem assolando o meio espírita, tal qual já alertamos por diversas vezes aqui, principalmente nos nossos últimos artigos: "Saint Germain, Novo 'Governador do Planeta' ou apenas um Bon Vivant?", "Insistindo nos mesmos erros" e "Artigo investigativo: Ramatis pode nem existir".

Divaldo acertadamente aponta as "revelações estapafúrdias" e as "ameaças de acontecimentos negativos por não se exercitar a mediunidade e a caridade" como questões graves contidas nesses livros, além de chamar a atenção dos centros espíritas que vendem obras anti-doutrinárias em suas livrarias a pretexto de que "é isso o que o povo pede".

Não obstante o acerto na crítica, Divaldo Franco emite uma opinião que em nada se assemelha às recomendações dos espíritos superiores e do próprio Allan Kardec. O citado médium acredita que é silenciando que melhor colaboramos para obstar a penetração dessas ideias e obras anti-doutrinárias. Já o insigne Codificador, o bom-senso encarnado, claramente adverte:

“É preciso que se saiba que o Espiritismo sério se faz patrono, com alegria e apressuramento, de toda obra realizada com critério, qualquer que seja o país de onde provém, mas que, igualmente, repudia todas as publicações excêntricas. Todos os espíritas que, de coração, vigiam para que a Doutrina não seja comprometida, devem, pois, sem hesitação, denunciá-las, tanto mais porque, se algumas delas são produtos da boa-fé, outras constituem trabalho dos próprios inimigos do Espiritismo, que visam desacreditá-lo e poder motivar acusações contra ele. Eis porque, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a Doutrina Espírita aceita daquilo que ela repudia”. (Allan Kardec, Viagem Espírita em 1862. Instruções Particulares. VI.)

Já em "O Livro dos Médiuns", Allan Kardec volta à baila sobre a questão e arremata dizendo:

"Separar o verdadeiro do falso, descobrir a trapaça oculta numa cascata de palavras bonitas, desmascarar os impostores, eis, sem contradita, uma das maiores dificuldades da Ciência Espírita.”

Daí perguntamos como é possível desmascarar os impostores ficando em silêncio...

Interessante notar que, como já abordamos em nosso artigo "Divaldo apoia Ramatis... Mas, e daí?", parece haver uma grande contradição, já que Divaldo andou dando força justamente aos maiores responsáveis por esse movimento de ataque ao Espiritismo e que vêm lotando as prateleiras das livrarias com uma enxurrada de obras de conteúdo exótico, estapafúrdio, que não resiste à menor crítica doutrinária.

Os ditados de Ramatis, de Ashtar-Sheran, as obras de Diamantino Coelho, o mega-apócrifo "A Vida de Jesus ditada por Ele mesmo", os livros "recebidos" por médiuns ramatisistas, etc., têm todos a chancela do movimento auto-intitulado "universalista", exatamente o mesmo que comemorou a publicação do livro "Transição Planetária" do próprio Divaldo Franco, que confirma as profecias absurdas de catástrofes no chamado "fim dos tempos", o carro-chefe dos pseudossábios encarnados e os da erraticidade na sanha de chamar a atenção dos incautos por uma "conversão" apressada.

Portanto, embora reconheçamos que o médium Divaldo Franco apresentou avanços em sua maneira de pensar e até uma certa coragem ao expor esse terrível problema, falta muito para que ele cumpra as recomendações contidas nas obras da Codificação, em que verifica-se que o pensamento crítico deva ser claramente exposto, desde que, obviamente, reúna os elementos necessários para uma boa fundamentação. Na Doutrina Espírita encontramos o estímulo a uma postura ativa, e jamais a uma postura passiva, tímida e condescendente:

(...) “Observai e estudai com cuidado as comunicações que recebeis; aceitai o que a razão não recusar, repeli o que a choca; pedi esclarecimentos sobre as que vos deixam na dúvida. Tendes aqui a marcha a seguir para transmitir às gerações futuras, sem medo de as ver desnaturadas, as verdades que separáveis sem esforço de seu cortejo inevitável de erros”. (Santo Agostinho, Revista Espírita, 1863, julho.)

“Há polêmica e polêmica; e há uma diante da qual não recuaremos jamais, que é a discussão séria dos princípios que professamos.” (Allan Kardec, Revista Espírita - Nov/1858)

28 janeiro 2012

Controle Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE), o eficaz método espírita de aferição da Verdade


Um argumento volta-e-meia utilizado para sutilmente descredenciar a Codificação Espírita e, ao mesmo tempo, enaltecer obras mediúnicas não concordantes com a Doutrina Espírita, tidas por seus defensores como uma evolução desta, é o de alegar que o Codificador teria se servido de apenas uma dezena de médiuns oriundos da Europa (Ocidente) para chegar às respostas contidas, especialmente na obra basilar da Doutrina, que é "O Livro dos Espíritos".

De modo a esclarecer em definitivo esta questão, derrubando mais uma falsa informação, apresento os grupamentos mediúnicos com os quais Allan Kardec mantinha correspondência mundo afora.

Lista dos 37 Países onde o Espiritismo se fez presente no tempo de Allan Kardec


EUROPA (18 países e 222 localidades): I - ALEMANHA, II – ÁUSTRIA, III – BÉLGICA, IV – DINAMARCA, V – ESCÓCIA, VI – ESPANHA, VII - FRANÇA (163 LOCALIDADES), VIII – GRÉCIA, IX – HOLANDA, X – INGLATERRA, XI – ITÁLIA, XII – POLÔNIA, XIII – PORTUGAL, XIV - PRÚSSIA, XV – RÚSSIA, XVI – SUÉCIA, XVII – SUÍÇA, XVIII – UCRÂNIA.

AMÉRICA (8 países e 23 localidades): XIX – BRASIl, XX – CANADÁ, XXI – COLÔMBIA, XXII – CUBA, XXIII - ESTADOS UNIDOS, XXIV - GUIANA FRANCESA, XXV – MÉXICO, XXVI – PERU

ÁFRICA (5 países e 14 localidades): XXVII - PEQUENA CIDADE AFRICANA, XXVIII – ARGÉLIA, XXIX – EGITO, XXX - GUINÉ BISSAU, XXXI - ILHAS MAURÍCIA

ÁSIA (6 países e 9 localidades): XXXII – EXTREMO DA ÁSIA, XXXIII – CHINA, XXXIV – COCHINCHINA (INDOCHINA), XXXV - SÍRIA, XXXVI –TURQUIA, XXXVII - ISRAEL.


Lista das 268 Localidades onde o Espiritismo se fez presente no tempo de Allan Kardec*


EUROPA (18 países e 222 localidades)

I - ALEMANHA - RE, Nov/1858; RE, Mar/1861; RE, Mar/1866; RE, Jan/1869; 1) BEBLEWHEIM (ALEMANHA) – RE, Abr/1867; 2) BERGZABERN (ALEMANHA) – RE, Mai/1858; 3) KARLSRUHE (ALEMANHA) – RE, Jun/1861, Dez/1861; 4) LEIPZIG (ALEMANHA) – RE, Fev1868; 5) SAXÔNIA (LEIPZIG, ALEMANHA) – RE, Jun/1859; 6) WIESBADEN (ALEMANHA) – RE, Jul/1862; 7) PROVÍNCIAS DANUBIANAS (ALEMANHA) - RE, Fev/1869
II - ÁUSTRIA (IX) – RE, Jul/1864; 8) VIENA – RE, Jul/1860; RE, Abr/1862, Jun/1862, Set/1862; RE, Jun/1863; RE, Jan/1865;
III – BÉLGICA; 9) ANTUÉRPIA (ou ANVERS) – RE, Abr/1864, RE, Ago/1864, Out/1864 (3x), Nov/1864, Dez/1864; RE, Jan/1865; RE, Set/1867, Dez/1867; RE, Nov/1868; RE, Ago/1858; RE, Out/1864, Nov/1864, Dez/1864; RE, Mar/1866; RE, Jan/1869; 10) BRUXELAS – RE, Jul/1858; RE, Jan/1860, Fev/1860, Abr/1860, Jun/1860; RE, Jun/1860; RE, Mai/1861, Dez/1861; RE, Jan/1864, Fev/1864, Abr/1864, Out/1864, Nov/1864 (2x*); RE, Abr/1865 (2x); RE, Ago/1866; 11) SAINT JOSSE TENNOODE – RE, Out/1864;
IV - 12) DINAMARCA - RE, Mar/1864; RE, Jan/1869;
V - 13) ESCÓCIA - RE, Mai/1858, Ago/1858;
VI - ESPANHA – RE, Mar/1866, Nov/1866; RE, Mar/1866; RE, Jan/1869; 14) ANDUJAR – RE, Mar/1869 ; 15) BARCELONA – RE, Fev/1863, Mar/1863; RE, Set/1864 (3x); RE, Maio/1865 (2x), Jun/1865; RE, Fev/1867, Mar/1867; 16) CADIZ - RE, Set/1864; RE, Abr/1868; 17) CAEN (CALVADOS) – RE, Set/1866; RE, Mai/1868; 18) CIUDAD-REAL – RE, Mar/1869; 19) LEON – RE, Mar/1869; 20) MADRID – RE, Ago/1858; RE, Set/1864; RE, Fev/1867, Mar/1864 (2x); RE, Abr/1864; RE, Dez/1868 (Calle Del Arco); 21) MÚRCIA – RE, Set/1864; 22) SALAMANCA - RE, Mar/1869; 23) SEVILHA – RE, Set/1864; RE, Mar/1869, Abr/1869;
VII - FRANÇA (163 LOCALIDADES) – RE, pág. 6; 24) ABBÉVILLE (SOMME)- RE, Fev/1860; 25) AISNE (DEPTO.) – RE, Out/1866; 26) AIX (BOUCHES-DU-RHÔNE) – RE, Jul/1865; 27) ALBI (TARN) – RE, Fev/1863, Mar/1863; RE, Mar/1865; 28) ALDEIA DA BRETANHA (MORBIHAN) – RE, Jul/1867; 29) ALDEIA DE E. – RE, Dez/1865; 30) ALDEIA DE HAUTE- SAÔNE (DEPTO) – Mar/1863; 31) ALDEIA DE MONIM (BASSES PYRÈNNÉES) – RE, Dez/1867; 32) ALDEIA PERTO DE CAZÈRES (HAUTE-GIRONDE) – RE, Fev/1866; 33) ALLOBROGOS (VELHA CIDADE) – RE, Mar/1864; 34) ALSÁCIA (MOSA) – RE, Mai/1858; 35) AMBROISE (INDRE-ET-LOIRE) – RE, Abr/1863; 36) ANGERS (MAINE-ET-LOIRE) – RE, Mai/1865; 37) ANGOULÊME (CHARENT) – RE, Fev/1863, Mar/1863; 38) ANNECY (ALTA-SABÓIA) – RE, Abr/1862; 39) ANTIBES (ALPES MARÍTIMOS) – RE, Mar/1865; 40) AUBE (DEPTO) – RE, Jan/1861; RE, Jan/1863; RE, Dez/1865; 41) AURILLAC (CANTAL) – RE, Jul/1867; 42) AUTHEUSEL (EURE-ET-LOIRE) - RE, Fev/1863; 43) AVIGNON-(BONNET FILS) (DEPTO. VAUCLUSE) – RE, Mar/1865; 44) BAYONNE (BASSES-PYRENÉES) – RE, Jan/1858; RE, Abr/1863; 45) BELFORT (ALTO RHENO) – RE, Fev/1860; 46) BÉZIERS (DETO. HÉRAULT) – RE, Fev/1860; 47) BLAYE (DEPTO. GIRONDE) – RE, Fev/1863; RE, Jul/1867; 48) BOIS-DE DOEUIL (CHARENTE-INFERIEUR) – RE, Mai/1864; 49) BONE (HAUTE-SAVOIE) – RE, Fev/1863; 50) BORDEAUX (GIRONDE) – RE, Jan/1858, Mar/1858, Jul/1858; RE, Fev/1860, Nov/1860; RE, Mai/1861, Jun/1861 (2x); RE, Fev/1862 (2x), Mar/1862, Abr/1862 (4x), Jun/1862, Set/1862; RE, Mar/1863 (2x), Mai/1863, Jun/1863 (2x), Jul/1863, Ago/1863, Out/1863, Dez/1863; RE, Mar/1864, Mai/1864, Jul/1864, Ago/1864 (2x), Set/1864, Dez/1864; RE, Set/1865; RE, Jan/1867, Jun/1867 (2x), Jul/1867, Ago/1867; RE, Fev/1868, Set/1868; 51) BOUCHES-DU-RHÔNE (Depto Fr.) - RE Abr/1864; 52) BOULOUGNE-SUR-MER (PAS-DE-CALAIS) - RE, Nov/1858; RE, Fev/1863; RE, Fev/1866; RE, Mar/1868; 53) BRESSUIRE (DEUX-SÉVRES) – RE, Mar/1864; 54) BROTTEAUX (RHÔNE) – RE, Out/1861; 55) BROU (EURE-LOIRE) – RE, Jul/1867; 56) BRUNSWICK – RE, Set/1864; 57) BURGO DE BASSE-INDRE (LOIRE-INFÈRIEUR) – RE, Abr/1867; 58) CAHORS (LOT) – RE, Abr/1863; 59) CHÂLONS (CAMPO DE) (MAINE) – RE, Jul/1860; RE, Out/1866; 60) CANTAL (DEPTO. AUVERGNE) – RE, Ago/1867; 61) CARCASSONE (AUDE) – RE, Ago/1863, Nov/1863; RE, Jan/1866; RE, Jul/1867, Nov/1867; 62) CARMAUX (TARN) – RE, Mar/1863; 63) CAZÉRES (HAUTE-GIRONDE) – RE, Fev/1866; 64) CEMPUIS (OISE) – RE, Out/1863; RE, Jun/1864; 65) CERTEILLERIE – RE, Jul/1867; 66) CHÂTILLON (CÔTE D’OR) – RE, Set/1864, Nov/1864; 67) CHAUNY (DEP. VIZINHO DE PARIS, CIDADEZINHA ONDE O ESPIRITISMO PENETROU HAVIA SEIS MESES) – RE, Fev/1862; RE, Mar/1863, Abr/1863; 68) CIDADEZINHA PROVINCIANA DA FRANÇA – RE, Jun/1861; 69) CHERBOURG (DEP. MANCHE) – RE, Out/1861; RE, Mar/1862; 70) CIDADE DEPTº HAUTES-ALPES – RE, Abr/1869; 71) CIDADE DO MIDI – RE, Mai/1863; 72) CIDADE DO SUL DA FRANÇA – RE, Jan/1858; 73) COGNAC (CHATENTE) – RE, Fev/1863; 74) COMUNA DE SAINTE-MARTHE – RE, Jun/1867; 75) CONDOM (GERS) – RE, Fev/1863; 76) CORRÉZE (DEPTO.) – RE, Abr/1866; 77) D-DONAI – RE, Jun/1866; 78) DEPTOS. DE FRANÇA – RE, Ago/1858; 79) DIEPPE (BURGO DE APANDES-TENDES/SIENE MARITIME) – RE, Abr/1860; 80) DOEUIL (CHARENT-INFERIEUR) - RE, Mai/1864; 81) DÔLE (DEPTO. JURA) – RE, Abr/1863; 82) D’ORTHEZ (LANDES) – RE, Fev/1863; 83) DOUAY (NORD) – RE, Out/1864; RE, Ago/1865 (2x); RE, Mai/1867; 84) FIVES (DEPTO-DU-NORD) – RE, Ago/1865; 85) FLAVIGNY – RE, Fev/1867; 86) FONS (LOT) – RE, Fev/1860 (2x); 87) FRANCFORT – RE, Abr/1862; 88) GAILLON (EURE LOUVERS) – RE, Fev/1863; 89) GENOUILLY (DEP. SAÔNE-ET-LOIRE) – RE, Dez/1865; 90) GRAMAT (LOT) – RE, Fev/1859; 91) GRANDVILLERS (VOGES) – RE, Jun/1864; 92) GRAY (HAUTE SAÔNE) – RE, Ago/1865; 93) HAVRE (SEINE-MARITIME) – RE, Fev/1860; RE, Mar/1862; RE, Mar/1864; RE, Fev/1868; 94) HENNEBON (MORBIHAN) – RE, Fev/1860, Mar/1860, Abr/1860; 95) ILE DE RÉ (ARS-EN-RE) – RE, Fev/1863; 96) ILHA DE OLÉRON (CHARENTE MARITIME) – RE, Jan/1864; 97) ILHAS MAURÍCIA – RE, Jul/1864; RE, Jan/1867, Jul/1867; RE, Mar/1869; 98) ILLIERS (DEPT.EVRE-ET-LOIRE) – RE, Jul/1867 (2x); 99) INDRE (DEPTO.) – RE, Jan/1861; 100) JOINVILLE – RE, Fev/1863, Ago/1863; RE, Ago/1865; 101) JOINVELLE-SUR-MARNE (HAUTE-MARNE) – RE, Set/1868; 102) JURA (DEPTO.) – RE, Mai/1860; 103) LAMBALLE (CÔTES-DU-NORD) – RE, Mar/1869; 104) LIBOURNE (GIROND) – RE, Jul/1867; 105) LILLE (NORD) – RE, Jan/1863; 106) LIMOGES (HAUTE-VIENNE) – RE, Ago/1860; RE, Dez/1864; RE, Abr/1867; 107) LORETTE (LOIRE) – RE, Dez/1866; 108) LYON (LIÃO) (RHONE) – RE, Fev/1858, Mai/1858; RE, Mai/1860, Out/1860 (3x), Nov/1860, Dez/1860; RE, Jun/1861, Out/1861; RE, Fev/1862 (3x), Fev/1862, Abr/1862, Nov/1862; RE, Jan/1863, Fev/1863, Mar/1863 (2x), Abr/1863 (2x), Mai/1863, Jun/1863, Jul/1863, Ago/1863, Nov/1863, Dez/1863; RE, Jan/1864 (2x), Mai/1864, Jul/1864, Ago/1864, Nov/1864; RE, Jan/1865, Mai/1864 (2x), Ago/1864, Set/1864, Nov/1864; RE, Jul/1866; RE, Mar/1867, Abr/1867 (2x), Mai/1867, Ago/1867; RE, Mar/1868, Abr/1868, Mai/1868; 109) LUTTER (ARREDORES DE) (HAUTE RHIM) – RE, Set/1864; 110) MÂCÓN (SAÔNE-ET-LOIRE) – RE, Nov/1860; 111) MAINE-ET-LOIRE (DEPTO.) – RE, Mar/1864; RE, Jul/1867; RE, Mar/1868; 112) MARSAIS (VENDEE) – RE, Mai/1864; 113) MARENNES (CHARENT MARITIME) – RE, Fev/1863; RE, Jan/1864; RE, Abr/1866; RE, Jan/1868; 114) MARMANDE (LOT E GARONE) – RE, Dez/1861; RE, Out/1862; RE, Fev/1864 (2x), Mar/1864 (2x); RE, Jan/1865, Nov/1865; RE, Fev/1866; RE, Jun/1867, Jul/1867; 115) MARSELHA – RE, Mai/1860, Jun/1860, Ago/1860; RE, Jan/1861, Nov/1861; RE, Fev/1863, Abr/1863; RE, Mar/1864, Abr/1864, Set/1864, Out/1864; RE, Jan/1865, Abr/1865 (2x); RE, Fev/1867, Mar/1867, Abr/1867, Ago/1867, Nov/1867; 116) MAUBOURQUET (HAUTE-PYRENÉES) – RE, Fev/1863; 117) MESCHER-SUR-GIROND (CHARENTE MARITIME) – RE, Mar/1863; 118) METZ (MOSELLE) – RE, Jul/1860; RE, Set/1861, Nov/1861 (2x); RE, Fev/1862; RE, Mar/1863, Mai/1863, Out/1863, Dez/1863; RE Out/1861, Nov/1861; 119) MELUN (SEINE-ET-MARNE) – RE, Set/1864; 120) MIGRÉ (CHARENTE MARITIME) – RE, Mai/1864; 121) MOLITG-LES-BAINS (PYRENÉES ATLANTIQUES) – RE, Ago/1863; 122) MONTANBAN (TARN-ET-GARONE) – RE, Abr/1865 (2x); 123) MONTERAT (TARN) – RE, Mar/1863; 124) MONTREUIL (PAS-DE-CALAIS) – RE, Nov/1863; 125) MONTREUIL-SUR-MER (PAS DE CALAIS) – RE, Fev/1863, Mar/1863, Out/1863; RE, Ago/1865; RE, Mai/1866; 126) MORZINE (HAUTE SAVOIE) – RE, Jan/1863, Fev/1863, Mai/1863; RE, Ago/1864; 127) MOULINS (ALLIERS) – RE, Set/1863; 128) MULHOUSE (HAUT-RHIN) – RE, Mar/1861, Set/1861; RE, Nov/1868; 129) NEUILLY – RE, Ago/1862; 130) NEUVIC (CORRÈZE) – RE, Fev/1863; 131) NIORT (DEUX-SÉVRES) – RE, Set/1861; RE, Fev/1863, Abr/1863; RE, Mai/1865; RE, Jul/1867; 132) NOIALLES (OISNE) – RE, Jun/1864; 133) NORD (DEPTO.) – RE, Jan/1866; 134) NORMANDIE (SEINE-MARITIME) – RE, Jul/1867; 135) OLORON (BASSES-PYRÈNNÉES) – RE, Dez/1867; 136) ORLÉANS (LOIRET) – RE, Mai/1861; RE, Fev/1863, Set/1863; RE, Jul/1867; 137) PARIS (SEINE) – RE, Fev/1858 (2x), Mar/1858 (2x), Mai/1858 (3x), Jun/1858 (4x), Jul/1858, Ago/1858, Nov/1858 (2x); RE, Fev/1859, Jun/1859; RE, Fev/1860 (4x), Jun/1859 (2x), Jul/1859, Set/1859, Out/1859, Nov/1859; RE, Fev/1862, Mar/1862, Abr/1862, Mai/1862, Jul/1862; RE, Jan/1863 (2x), Fev/1863, Mar/1863 (4x), Abr/1863, Mai/1863, Jun/1863, Jul/1863 (3x), Ago/1863 (3x), Set/1863, Out/1863 (3x), Nov/1863, Dez/1863 (3x); RE, Jan/1864, Fev/1864 (2x), Mar/1864, Abr/1864, Jun/1864, Set/1864, Out/1864 (2x), Nov/1864 (2x), Dez/1864 (3x); RE, Fev/1865 (6x), Mar/1865, Abr/1865, Mai/1865 (7x), Jun/1865, Jul/1865 (4x), Ago/1865 (2x), Set/1865, Nov/1865 (4x), Dez/1865 (4x); RE, Jul/1866 (2x); RE, Jan/1867 (5x), Fev/1867 (3x), Mar/1867 (7x), Abr/1867, Mai/1867, Jun/1867 (3x), Jul/1867, Ago/1867, Set/1867, Out/1867 (4x), Nov/1867, Dez/1867 (3x); RE, Jan/1868, Fev/1868 (2x), Mar/1868, Abr/1868 (2x), Mai/1868 (2x), Jun/1868, Ago/1868, Set/1868, Out/1868, Nov/1868 (5x); RE, Jan/1869 (4x), Fev/1869 (5x), Mar/1869, Abr/1869 (5x); 138) PASSY (HAUTE-SAVOIE) – RE, Mar/1862; RE, Nov/1864, Dez/1864; RE, Dez/1866; 139) PAU (PYRENÉES ATLATIQUES) – RE, Mar/1863; 140) PECHBUSQUE (HAUTE GARONNE), RE Jan/1860; 141) PERPIGNAN (PYRENÉES-ORIENTALES) – RE, Nov/1865; 142) PLESSIS-BOUDET (PERTO LOUDÉX - CÔTES-DU-NORD) – RE, Abr/1860, Jun/1860; 143) POITIERS (VIENNE) – RE, Fev/1863 (2x); RE, Fev/1864, Mar/1864; 144) PONT-LE VÊGUE (CALVADO) – RE, Abr/1865; 145) PRIAIRE – RE, Mai/1864; 146) PROVINS (SEINE-ET-MARNE) – RE, Fev/1863; 147) RAMBOUILLET (YVELINÉS) – RE, Dez/1858; 148) ROCHEFORT (CHARENT-MAIRTIME) – RE, Dez/1862; 149) ROCHEFORT-SUR-MER (CHARENT MARITIME) – RE, Dez/1866; 150) ROUEN (SEINE MARITIME) – RE, Fev/1860, Jun/1860; RE, Jan/1863; 151) SAINT-GEMME (DEUX-SÉVRES) – RE, Ago/1862; 152) SAINT LAURENT-SUR-SEVES (ALDEIA DE VOGES) – RE, Mar/1864; 153) SAINTE-ÉTIENNE (LOIRE) – RE, Mai/1859 (2x); RE, Mai/1860, Nov/1860; 154) SAINT-GEMME (TARN) – RE, Ago/1862,; RE, Mar/1863; 155) SAINT-GERMAIN (YVELINÉS) – RE, Jul/1867; 156) SAINT-JEAN-D’ANGELY (CHARENTE MARITIME) – RE, Ago/1862; RE, Mar/1863; RE, Ago/1864; RE, Abr/1865 (2x), Jul/1865; 157) SAINT-MALO (ILLE E VILAINE) – RE, Fev/1863; 158) SAINT SAUFLIEU (SOMME-PICADIE) – RE, Fev/1868; 159) SAINT-SYMPHORIEN-SUR-COISE (DEP. LOIRE) – RE, Out/1867; 160) SENS (YONNE) – RE, Nov/1860 (2x), Dez/1860; RE, Mar/1861 (2x), Out/1862, Nov/1862; RE, Fev/1862, Abr/1862; RE, Fev/1863, Jun/1863; RE, Fev/1864; RE, Ago/1868, Set/1868; 161) SONNAC (CHARENTE INFERIEUR) – RE, Ago/1864 (2x); RE, Mar/1865; 162) SOULTZ (ALTO RENO) – RE, Jul/1861; 163) STRASBURG (BAS-RHIN) – RE, Mar/1864; 164) TARBES (HAUTES PYRENÉES) – RE, Fev/1863; 165) TARN (DEPTO.) – RE, Mar/1863; 166) TEIL D’ARDÈCHE (ARDÉCHE) – RE, Fev/1860, Abr/1860; 167) TERRE-NOIRE (LOIRE) – RE, Nov/1860; 168) THIONVILLE (MOSELLE) – RE, Se/1863, Out/1863; 169) THONON (ALTA SABÓIA) – RE, Ago/1864; 170) TOULON (DEPTO. VAR) – RE, Fev/1867; 171) TOULOUSE (HAUTE GARONE) – RE, Jan/1860; RE, Nov/1861; RE, Jun/1863, Nov/1863; RE, Jan/1865; RE, Abr/1866; RE, Jul/1867; RE, Set/1868; RE, Jan/1869; 172) TOURS (INDRE-ET-LOIRE) - RE, Fev/1863 (2x), Mar/1863, Abr?1863 (4x); RE, Jun/1865; RE, Jul/1867; 173) TROYES (AUBE) – RE, Fev/1860, Mai/1860, Dez/1860 (2x); RE, Dez/1865; 174) TULLE (CORRÈZE) – RE, Abr/1866; 175) TUSSEL (CORRÉZE) – RE, Jan/1864; 176) VERSAILLES (YVELINÉS) – RE, Abr/1863; 177) VIENNE (DEPTO.) – RE, Jan/1861; RE, Mai/1865; 178) VILLATE (COMUNA, PERTO DE NOZOI), - RE, Ago/1864; 179) VILLE-AU-MOINE – RE, Mai/1864; 180) VILLENAVE-DE-RIONS (DEPTO GIRONDE) – RE, Dez/1863; 181) VILLENENUVE (ALPES HAUTE PROVENCE) – RE, Jul/1867; 182) VILLENENUVE-SUR-LOT (LOT-ET-GARONE) – RE, Nov/1867; 183) VILLENEUVE-LA-CONTESSE (CHARENT INFERIEUR) – RE, Mai/1864; 184) VICQ-SUR-NAHON (INDRE) – RE, Abr/1867; 185) VIVIERS (ARDÈCHE) – RE, Jun/1864.
VIII - 186) GRÉCIA - RE, Jan/1869;
IX - HOLANDA - RE, Mar/1858, Ago/1858, Out/1858; 187) HAIA - RE, Mai/1858; RE, 1862; 188) ZELÂNDIA (PROV. HOLANDA) – RE, Dez/1867; 189) ZIÈRICSÉE (PROV. HOLANDA) – RE, Dez/1867;
X - INGLATERRA – RE, Ago/1858; RE, Ago/1859; RE, Mar/1861; RE, Jan/1869; 190) LIVERPOOL (INGLAT)- RE, Jun/1860; 191) LONDRES (INGLAT) – RE, Jan/1860 (2x), Jul/1860 (2x); RE, Nov/1865; RE, Fev/1867; RE, Mar/1869;
XI - ITÁLIA – RE, Mar/1861; RE, Jun/1862; RE, Mar/1864, Jul/1864; RE, Mar/1866; RE, Jan/1869; 192) BOLONHA – RE, Fev/1865; RE, Mar/1868; 193) CATÂNIA – RE, Jan/1867; 194) FLORENÇA – RE, Mar/1858, Ago/1858; RE, Jan/1860, Fev/1860; RE, Abr/1869; 195) GÊNOVA – RE, Ago/1858; RE, Jul/1860; 196) MILÃO – RE, Ago/1858; RE, Set/1860; 197) NÁPOLES – RE, Ago/1858; 198) PALERMO – RE, Jul/1863; 199) PARMA – RE, Dez/1862; RE, Ago/1863; 200) ROMA – RE, Fev/1858; RE, Arb/1861; RE, Fev/1864, Jun/1864; 201) SCÓRDIA (Sicília) – RE, Jun/1866; 202) SICÍLIA - RE, Jul/1863; RE, Jan/1867; 203) TURIM – RE, Ago/1858; RE, Jan/1864, Mar/1864, Ago/1864; RE, Fev/1865; RE, Fev/1867, Mar/1867;
XII - POLÔNIA - RE, Jan/1864; RE, Fev/1869; 204) CRACÓVIA – RE, Fev/1861, Dez/1861; RE, Mai/1865 (2x); 205) VARSÓVIA – RE, Mar/1861, Mai/1861; 206) PODÓLIA – RE, Fev/1861;
XIII - 207) PORTUGAL - RE, Fev/1869;
XIV - 208) PRÚSSIA - RE, Ago/1858;
XV - RÚSSIA - RE, Out/1858; RE, Mar/1861; RE, Jan/1869; 209) MOSCOU – RE, Ago/1858; RE, Jun/1860, Jul/1860; RE, Nov/1861; 210) SÃO PETERSBURGO – RE, Mai/1858, Ago/1858; RE, Jan/1860 (2x), Fev/1860, Abr/1860; RE, Mai/1861, Nov/1861; RE, Ago/1863; RE, Mai/1864; RE, Fev/1865, Jun/1865, Jun/1865; RE, Set/1868, Out/1868; XVI 211) UCRÂNIA - RE, Fev/1861; 212) KHARKOW – RE, Nov/1865; 213) ODESSA – RE, Mar/1867;
XVII - 214) SUÉCIA - RE, Jan/1869;
XVIII - 215) SUIÇA - RE, Ago/1858; RE, Jun/1868; RE, Jan/1869; 216) BERNA – RE, Jan/1861; RE, Jan/1863; 217) CANTÃO DO BERNE – RE, Out/1864; 218) CIDADEZINHA ANTIGA BORGONHA (ATUAL SUÍÇA ROMANDA) – RE, Fev/1869; 219) GENEBRA (GÉNEVE) – RE, Jan/1858, Ago/1858; RE, Abr/1863; RE, Ago/1864; RE, Jun/1868; 220) GLARIS (CANTÃO) – RE Jan/1861; 221) LOCARNO – RE, Ago/1863; 222) ZIMMERWALD – RE, Jan/1863;

VIII - 186) GRÉCIA - RE, Jan/1869;
IX - HOLANDA - RE, Mar/1858, Ago/1858, Out/1858; 187) HAIA - RE, Mai/1858, RE, Abr/1862; 188) ZELÂNDIA (PROV. HOLANDA) – RE, 1867, pág. 363; 189) ZIÈRICSÉE (PROV. HOLANDA) – RE, 1867, pág. 363;
X - INGLATERRA – RE, Ago/1858; RE, Ago/1859; RE, Mar/1861; RE, Jan/1869; 190) LIVERPOOL (INGLAT)- RE, Jun/1860; 191) LONDRES (INGLAT) – RE, Jan/1860 (2x), Jul/1860 (2x); RE, Nov/1865; RE, Fev/1867; RE, Mar/1869;
XI - ITÁLIA – RE, Mar/1861; RE, Jun/1862; RE, Mar/1864, Jul/1864; RE, Mar/1866; RE, Jan/1869; 192) BOLONHA – RE, Fev/1865; RE, Mar/1868; 193) CATÂNIA – RE, Jan/1867; 194) FLORENÇA – RE, Mar/1858, Ago/1858; RE, Jan/1860, Fev/1860; RE, Abr/1869; 195) GÊNOVA – RE, Ago/1858; RE, Jul/1860; 196) MILÃO – RE, Ago/1858; RE, Set/1860; 197) NÁPOLES – RE, Ago/1858; 198) PALERMO – RE, Jul/1863; 199) PARMA – RE, Dez/1862; RE, Ago/1863; 200) ROMA – RE, Fev/1858; RE, Abr/1861; RE, Fev/1864, Jun/1864; 201) SCÓRDIA (Sicília) – RE, Jun/1866; 202) SICÍLIA - RE, Jul/1863; RE, Jan/1867; 203) TURIM – RE, Ago/1858; RE, Jan/1864, Mar/1864, Ago/1864; RE, Fev/1865; RE, Fev/1867, Mar/1867;

XII - POLÔNIA - RE, Jan/1864; RE, Fev/1869; 204) CRACÓVIA – RE, Fev/1861, Dez/1861; RE, Mai/1865 (2x); 205) VARSÓVIA – RE, Mar/1861, Mai/1861; 206) PODÓLIA – RE, Fev/1861;

XIII - 207) PORTUGAL - RE, Fev/1869;
XIV - 208) PRÚSSIA - RE, Ago/1858;

XV - RÚSSIA - RE, Out/1858; RE, Mar/1861; RE, Jan/1869; 209) MOSCOU – RE, Ago/1858; RE, Jun/1860, Jul/1860; RE, Nov/1861; 210) SÃO PETERSBURGO – RE, Mai/1858, Ago/1858; RE, Jan/1860 (2x), Fev/1860, Abr/1860; RE, Mai/1861, Nov/1861; RE, Ago/1863; RE, Mai/1864; RE, Fev/1865, Jun/1865, Jun/1865; RE, Set/1868, Out/1868; XVI 211) UCRÂNIA - RE, Fev/1861; 212) KHARKOW – RE, Nov/1865; 213) ODESSA – RE, Mar/1867;

XVII - 214) SUÉCIA - RE, Jan/1869;
XVIII - 215) SUIÇA - RE, Ago/1858; RE, Jun/1868; RE, Jan/1869; 216) BERNA – RE, Jan/1861; RE, Jan/1863; 217) CANTÃO DO BERNE – RE, Out/1864; 218) CIDADEZINHA ANTIGA BORGONHA (ATUAL SUÍÇA ROMANDA) – RE, Fev/1869; 219) GENEBRA (GÉNEVE) – RE, Jan/1858, Ago/1858; RE, Abr/1863; RE, Ago/1864; RE, Jun/1868; 220) GLARIS (CANTÃO) – RE Jan/1861; 221) LOCARNO – RE, Ago/1863; 222) ZIMMERWALD – RE, Jan/1863;


AMÉRICA (8 países e 23 localidades)

XIX - 223) BRASIL - RE, Mar/1861; RE, Jan/1867; 224) RIO DE JANEIRO – RE, Jul/1864; 225) SALVADOR/BA – RE, Nov/1865; RE, Jul/1869;

XX - 226) CANADÁ - RE, Ago/1858; 227) MONTREAL – RE, Mar/1862; RE, Mai/1864;

XXI – 228) COLÔMBIA - SANTA-FÉ DE BOGOTÁ (NOVA GRANADA) – RE, Out/1868;
XXII - 229) CUBA - HAVANA – RE, Ago/1860;
XXIII - 230)_ESTADOS UNIDOS - RE, Jan/1858, Ago/1858; RE, Mar/1861; RE, Jan/1869; 231) ÁTICA (Indiana) – RE, Nov/1858; 232) BATÁVIA – RE, Ago/1858; 233) BOSTON – RE, Mar/1863; 234) CARDINGTON (Ohio) – RE, Nov/1858; 235) CLÉVELAND – RE, Abr/1869; 236) ESTADO DO MAINE – RE, Mar/1869; 237) NEW-ÓRLEANS – RE, Jan/1858; RE, Fev/1861, Mar/1861; RE, Set/1868; RE, Abr/1869; 238) NEW-YORK – RE, Fev/1861, Ago/1861, Dez/1861; RE, Abr/1869; 239) PROVIDENCE RHODE-ISLAND (NEW YORK) – RE, Jan/1867; 240) RAVENSWOOD – RE, Mar/1867; 241) SÃO FRANCISCO – RE, Mai/1864;
XXIV - GUIANA FRANCESA - 242) CAYENNE – RE, Ago/1858;
XXV – 243) MÉXICO - RE, Ago/1858; RE, Mar/1861, Jul/1861, Nov/1861; RE, Jan/1862, jun/1862;
XXVI - 244) PERU; RE, Ago/1867; Set/1867; 245) LIMA – RE, Mai/1859;


ÁFRICA – 5 países e 14 localidades

XXVII - 246) PEQUENA CIDADE AFRICANA – RE, Ago/1862;
XXVIII - ARGÉLIA – RE, Nov/1861; RE, Fev/1862, Jun/1862; RE, Nov/1863; RE, Dez/1864; RE, Mar/1866; RE, Jan/1867, Fev/1867 (3x); 247) ARGEL (ARGÉLIA) – RE, Set/1864; 248) CONSTANTINA (ARGÉLIA) – RE, Jun/1862, Ago/1862; RE, Jul/1864 (2x); RE, Fev/1868; 249) EL-AFROUN (ARGÉLIA) – RE, Dez/1866; 250) GUELMA (ARGÉLIA) – RE, Fev/1863; RE, Ago/1868; 251) LA CALLE (ARGÉLIA) – RE, Nov/1862; 252) LAGHOUAT (ARGÉLIA) – RE, Nov/1868; 253) MILIANAH (ARGÉLIA) – RE, Mar/1866; 254) ORAN (ARGÉLIA) – RE, Nov/1861; 255) SÈTIF (ARGÉLIA) – RE, Abr/1860, Jun/1860, Set/1860, Nov/1860; RE, Nov/1861; RE, Jan/1863, Jul/1863, Set/1863, Nov/1863, Dez/1863; RE, Jun/1867; RE, Fev/1868, Mai/1868; 256) GUELMA (ARGÉLIA), RE, Fev/1863;
XXIX - 257) EGITO – RE, Dez/1864; RE, Jan/1868 (nota)
XXX - GUINÉ BISSAU - 258) SÃO DOMINGOS – RE, Jun/1864;
XXXI - ILHAS MAURÍCIA - 259) PORT LOUIS - RE, Set/1866;


ÁSIA – 5 países e 9 localidades

XXXII - 260) (EXTREMO DA ÁSIA) – RE, Set/1867;
XXXIII - 261) CHINA – RE, Fev/1869; 262) SHANGAI – RE, Set/1858;
XXXIV - COCHINCHINA (INDOCHINA) - 263) SAIGON – RE, Out/1868;
XXXV – 264) SÍRIA – RE, Nov/1868;
XXXVI – 265) TURQUIA – RE, Fev/1869; 266) CONSTANTINOPLA – RE, Jul1861; RE,Jul/1863; RE, Jul/1864; RE, Nov/1865; 267) SMYRNA – RE, Jan/1864, Jul/1864;
XXXVII - ISRAEL - 268) VILNA – CI, Cap. VIII, Szymel Slizgol.

* Os indicativos (2x), (3x), (4x) etc, representam o número de citações da cidade (duas vezes, três vezes, quatro vezes etc).

* Alguns países foram numerados também como localidade quando não havia nenhum nome de local indicado ou, em havendo, remanesce a possibilidade de ser outro lugar.

Bibliografia: - Os volumes da Revista Espírita consultados foram: A Revista Espírita, Ed. EDICEL/São Paulo, 1971, vols. 1857 a 1869. Indicamos no texto as páginas da Revista Espírita.

- "O Céu e O Inferno", 40a Ed., FEB/RJ, 1995 (único livro da Codificação, de todos os outros consultados, em que houve cidade não citada na Revista Espírita).