13 janeiro 2010

Rizzini descreve Ramatis, sem meias palavras


Jorge Toledo Rizzini (1924 - 2008), escritor consagrado, jornalista profissional, polemista dos melhores, desde cedo mostrou-se grande defensor dos postulados doutrinários e do Espiritismo bem estudado e entendido, além de detentor de elevadas aptidões mediúnicas em favor do Bem geral. São de sua autoria os excelentes "Escritores e Fantasmas", "Materializações de Uberaba", "Caso Arigó" e outros, escritos via mediúnica.

Amigo pessoal de José Herculano Pires e de Chico Xavier, não se furtou de comentar sobre o espírito Ramatis, que tanta confusão semeou e ainda semeia com seus livros repletos de informações desencontradas e fantasiosas, sem qualquer amparo na Ciência e na Doutrina Espírita.

Artigo: "RAMATIS E O PLANETA MARTE"

A NAVE DE RAMATIS – QUE ESTÁ SEMPRE LOTADA DE ANALFABETOS ESPÍRITAS.

"O Espírito Ramatis sabe jogar com rara habilidade com fantasias e verdades. E, por não desprezar a verdade, conseguiu ludibriar até mesmo alguns que se julgavam conhecedores da Doutrina Espírita. Mas não é exatamente mau. O problema é que ele convulsiona o Movimento Espírita com suas fantasias, através de um estilo austero, professoral, às vezes dramático.

Sua palavra é a última sobre qualquer assunto. Não há pergunta que o deixe embaraçado, seja sobre química ou física nuclear, botânica ou astronomia, pintura ou medicina, etc. Mas, entre os temas de sua predileção um há que o deixa enternecido e sobre o qual chegou a escrever um livro com mais de quatrocentas páginas e que tem o sugestivo título de “A Vida no Planeta Marte” (e os Discos Voadores). A obra foi publicada em 1956, mas é atualíssima, pois os cientistas da Terra estão pesquisando aquele planeta.

Enquanto Ramatis, com seu estilo doutoral, com sua imaginação indomável, nos diz a respeito de Marte que:

- Já tem, aproximadamente,um bilhão e meio de habitantes;
- O Espírito reencarnante marciano vive no casulo materno sob condições análogas às terrenas;
- Estamos em relação aos marcianos, com relação a eletrônica, quatrocentos anos atrasados, e, moralmente, um milênio;
- Todos os sistemas religiosos do planeta são reencarnacionistas e entram em contato com os Espíritos desencarnados.

Estas e outras informações são de Ramatis, autor que fascinou os leitores e os fez sonhar com o planeta Marte. Sua capacidade de narrar é singular, e sua imaginação ardente, se não supera pelo menos se iguala a dos fantásticos criadores de estórias em quadrinhos. Impossível não realçar essas qualidades, que lhe granjearam, logo ao ser publicado o seu primeiro livro, os aplausos do público em geral e, particularmente, de milhares de espiritistas incautos, que nele viram uma sumidade do Além.

Ramatis é um espírito enfermo - trata-se, evidentemente, de um caso de megalomania, enfermidade mental. E não de maldade deliberada, já que suas mistificações, por estranho que pareça, sempre visam enlevar o público. Que a enfermidade atingiu o mais alto grau, não há dúvida, pois Ramatis se comove quando fala do Evangelho, como quando fala da "civilização marciana". Ele mistura verdade e mentira na mesma emoção. Ao invés de recriminações, Ramatis merece compreensão e preces.

Os que merecem mesmo cuidados especiais são os “espíritas” que ainda estão radiantes com a leitura de livros de Ramatis. Esses sim são detentores de um potencial capaz de deturpar o Movimento Espírita." ("Jornal Espírita", São Paulo-SP, fevereiro de 1977).

Um comentário:

  1. Ramatis merece sim um puxão de orelhas, caro Rizzini.

    Que o vc o faça dar um tempo nessas 'histórinhas de quadrinhos'...

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